Após um mês de oitivas, o entendimento do presidente da CPI dos Respiradores, o deputado Sargento Lima (PSL), é de que o governador Carlos Moisés (PSL) tinha conhecimento da compra dos respiradores mecânicos da Veigamed, em contrato de R$ 33 milhões. Os principais depoimentos na Alesc geraram um confronto de versões sobre a decisão da compra dos 200 respiradores que não chegaram ao governo do Estado.
Os principais depoentes - Márcia Pauli, Helton Zeferino e Douglas Borba - negam a culpa no caso; os três participaram de uma acareação na semana passada e mantiveram as versões iniciais. Projetando uma entrega de relatório para o mês de julho, Sargento Lima diz agora querer entender a participação de Moisés no caso.
"O meu questionamento é de que o Douglas disse na CPI que ficou sabendo do caso no dia 22 (de abril), o Helton disse que avisou no dia 16 e depois não se falou nisso. Passou seis dias sem o governador tomar nenhuma decisão. Se o dinheiro estivesse sobre minha responsabilidade eu teria chamado até o exército e colocado anúncio no jornal para tentar localizar", disse o deputado à Rádio Som Maior nesta segunda-feira, 15.
Em depoimento na semana passada, Helton Zeferino disse que avisou ao governador sobre a compra frustrada com a Veigamed no dia 16 de abril, após conversa com a Procuradoria Geral do Estado, que lhe recomendou aguardar até o dia 30 de abril, quando expiraria o prazo final para a entrega dos respiradores. Douglas Borba disse que no dia 22 houve reunião com Helton e o governador, na qual o assunto foi tratado - versão confirmada por Helton.
Na terça-feira passada, antes da acareação entre as três partes, foi aprovado o requerimento para a oitiva de Moisés na CPI. Ainda não há definição da forma como será feito o possível interrogatório. "O depoimento de quem foi questionado deixa claro que ele (governador) tinha conhecimento sim. Óbvio que ele vai dizer que não, seguindo a linha dos servidores. O Helton disse 'ó, no dia 16 avisei ele'. Se ele não sabia, ele estava muito errado", analisa Lima.
"Agora a gente começa os arremates dessa CPI. Acredito que estamos fazendo um bom trabalho, apesar da não colaboração daquelas pessoas. O Luiz Felipe (controlador geral do Estado) essa semana disse que em 15 minutos explicaria o que aconteceu, ele esteve lá (na CPI) por três horas e não disse nada", acrescentou o deputado, que reforçou a entrega do relatório para julho.