Eu estava na estrada, voltando de Braço do Norte, quando me avisaram que o governador Carlos Moisés faria um pronunciamento, às 12h30, sobre o caso dos r$ 33 milhões.
Parei para ouví-lo.
Imaginei que ouviria o Governador com a indignação do cidadão contribuinte, e que anunciasse medidas duras para matar o assunto.
O que fazer para isso?
Não tinha idéia.
Mas, imaginei que 24h depois de a bomba explodir, ele saberia bem o que fazer para retirar esse "tumor" do corpo do seu governo.
Mas, não foi nada disso.
Fez um pronunciamento meio solto, com anuncios de auditoria e algumas providências burocráticas. Nada impactante.
Frustrou a expectativa.
Horas depois, a Assembléia Legislativa criou a "CPI dos Respiradores", para apurar as circuntâncias em torno dos r$ 33 milhões pagos de forma antecipada, sem entrega dos equipamentos.
O que foi dito, e sustentado, pelos deputados durante a discussão do requerimento da CPI foi de arrepiar.
Suspeitas e duvidas foram lançadas. E o que era ruim, ficou pior.
Os deputados ainda aprovaram uma "recomendação" para o Governador afastar do cargo o secretário de saúde, Helton Zaferino.
Ai, veio a coletiva do final do dia.
Confabulei cá com meus botões - "agora, vai!".
Até a líder do governo na Assembléia, deputada Paulinha, havia assinado e ajudado a aprovar o pedido de CPI.
Mas, o Governador veio falando dos números do coronavírus no mundo, estatísticas, comparativos, dados do país e do estado.
Tratou lateralmente o caso dos r$ 33 milhões. Isso é perigoso.
Agora à noite, veio a decisão da Justiça determinando o bloqueio dos R$ 33 milhões da conta da empresa Veigamed Material Médico, contratada pelo Governo de Santa Catarina para a entrega de 200 respiradores.
Para o Governo, não é bom que o Judiciário dê solução para um caso assim. Governador Moisés é quem tem que resolver.
Ele foi perfeito no arremate do caso do hospital de campanha. Porque teve atitude.
O caso de agora é muito pior e ameaçador. Porque lá (no caso do hospital) não teve dinheiro liberado, nem pagamento feito.
É preciso ter atitude.