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Hino ao amor no metrô de Paris

Por Benito Gorini 07/04/2022 - 07:30

A audição reina absoluta quando ouvimos uma bela composição musical. O canto gregoriano que se ouve ao adentrar a colossal Basílica de São Pedro, o magnífico som do órgão nas missas dominicais da Notre-Dame de Paris ou mesmo a simples melodia do Hymne a l´Amour, executada por uma violinista em retribuição a modesto óbolo ofertado no metrô, enleva nosso espírito e produz profunda paz interior.

A família na linha 6 do metrô de Paris.
Nas enormes estações interligadas Châtelet-Les Halles
ouve-se música de boa qualidade

Bibi Ferreira interpreta Hymne a L´Amour, no espetáculo Bibi canta Piaf. Confira no vídeo abaixo:

Mozart viveu parte de sua breve existência em Viena. Sua estátua, nos jardins do Hofburg, enorme complexo construído pela poderosa dinastia dos Habsburgos, é destino turístico dos mais concorridos.

Ouvir o Don Giovanni, obra prima do genial compositor austríaco, na Staatsoper, principal casa de ópera de Viena, e imaginar que há pouco mais de 200 anos o imperador José II e toda a sua imensa corte desfrutaram deste imenso prazer, é algo magnífico.

Viena respira música. No seu concentrado centro histórico, jovens vestidos em trajes de época anunciam os espetáculos do dia, muitos, a bem da verdade, de qualidade duvidosa e destinados a turistas desavisados.

Nas principais ruas centrais, exclusivas para pedestres,  é comum a apresentação de grupos ou solistas, como a excelente pianista executando em piano de cauda, peças de Chopin, Lizst, Schubert e Mendelssohn, em frente a famosa confeitaria Demel, na Kohlmarkt.

Na ária Madamina, Leporello enumera as conquistas amorosas de seu amo, o dissoluto Don Giovanni. Ópera de Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte. Confira no vídeo:

O monumento em homenagem a Mozart nos jardins do Hofburg

A Igreja de St. Sulpice, celebrizada pela importante participação no enredo do Código da Vinci, recebe hordas de turistas interessados em conferir as informações nem sempre corretas fornecidas pelo autor Dan Brown. O gnomon, instrumento astronômico localizado na extremidade norte do transepto, é o destino de todos, olvidando os belos murais do pintor romântico Delacroix ou as apresentações musicais, frequentes, como os recitais do  magnífico órgão, ou esporádicas, como o Réquiem de Verdi, motivo da nossa visita.

Foi uma noite emocionante. A imensa igreja barroca estava repleta. Só conseguimos nos acomodar atrás de uma enorme coluna, sem visão da orquestra, do coro e dos solistas, apesar de chegarmos com 20 minutos de antecedência. A música, no entanto, nos bastava. Em ambiente tão solene, ela era realmente divina, particularmente as passagens “Recordare”, “Ingemisco” e “Hostias”. 

O Gnomon, na igreja de St Sulpice

As antigas civilizações tinham consciência do poder da música, da sua capacidade de degradar ou fazer evoluir a alma humana. Infelizmente, pouco se questiona sobre o significado das música na sociedade atual. A qualidade deplorável, o ritmo frenético, alucinante e o barulho ensurdecedor do som dos bares, boates e ambientes ao ar livre fazem um mal maior ao espírito que ao próprio ouvido. Um réquiem para a música contemporânea, ou quem sabe um canto do cisne, viriam em boa hora.

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