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A hora de realizar um sonho

Nos cantos e símbolos da Torcida Raça Prosperana ecoam o desejo do título estadual do Próspera

Por Lucas Renan Domingos Criciúma, SC, 03/11/2018 - 09:08
Braços cruzados imitando picaretas e letras com a história do time fazem da torcida o 12º jogador/Foto:Guilherme Hahn/Especial
Braços cruzados imitando picaretas e letras com a história do time fazem da torcida o 12º jogador/Foto:Guilherme Hahn/Especial

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“Eu ontem tive um sonho. Sonhei que era campeão. Ouvi um milhão de vozes, emocionando e cantando com o povão”. A frase de esperança, que vem de encontro ao fim de semana decisivo para o Próspera, é entoada no canto que sai das bocas dos que formam a torcida organizada do Próspera. Com a intenção de levar a alegria e as letras de apoio ao time para a arquibancada do Estádio Mário Balsini, Cristiano Fagundes da Silva e Luiz Henrique Rabelo tiraram do papel um desejo de fundar a organizada. Da união de ideias dos coordenadores, surgiu a Torcida Raça Prosperana (TRP), que sonha em, amanhã, no primeiro ano de sua formação, ver o Próspera conquistar um título logo na sua primeira competição após o retorno ao futebol profissional.

“Acabei conhecendo o Luiz Henrique jogando futebol e a gente tinha o mesmo propósito. Temos um amor por esse clube que tem uma história a ser preservada e uma torcida apaixonada. Moramos aqui no Bairro Próspera. Faltava plantar uma semente. Faltava um movimento na torcida. Foi o que fizemos e hoje já somos mais de 50 pessoas só na nossa”, contou da Silva.

Coincidência ou não, o primeiro jogo que eles se destacaram na arquibancada do Mário Balsini, com trapos, instrumentos e músicas decoradas foi durante jogo de volta contra o Atlético Itajaí, adversário da final, mas durante a fase de grupos da Série C. “Naquela partida saímos perdendo de 1 a 0. Só que quando a torcida começou a pegar junto, a cantar alto. O Próspera conseguiu virar o placar. Temos certeza que fazemos a diferença. Somos o 12º jogador”, apontou Rabelo.

Sempre junto ao Próspera

Desde que passaram a ocupar parte da arquibancada do Balsinão, a motivação sempre foi empurrar o time à vitória. A ligação entre a torcida e o clube se torna cada vez mais evidente com os símbolos utilizados pela organizada. Os braços cruzados com as mãos parcialmente fechadas, deixando os dedos polegar e mínimo abertos buscam imitar a forma de uma picareta, relembrando a classe operária que fundou o Time da Raça.

“Também em nossos cantos, utilizamos trechos do hino do Próspera e buscamos sempre relembrar a história do time”, disse da Silva. Até mesmo o roupeiro do clube, Bráulio Rezende, tem contribuído com a Torcida Raça Prosperana. “Ele ajudou a gente a criar uma de nossas letras”, revelou.

Foto: Guilherme Hahn/Especial

Se eles fizeram a diferença na fase de grupos, a expectativa é de que o mesmo ocorra em Itajaí. Na madrugada de amanhã, o grupo embarcará em direção ao Estádio Camilo Mussi, para acompanhar a partida entre Atlético Itajaí. “Já estamos nervoso. Queria que fosse hoje já de tanta ansiedade”, afirmou o membro da organizada, Douglas Henrique Honofre.

Com o empate em 1 a 1 em casa, no último fim de semana, o Próspera precisa vencer para erguer a Taça Zélio Prado, que será dado ao campeão da Série C. “Não temos grandes lembranças de títulos profissionais do Próspera. Em 2005 eu vi o título da Série B1 (que equivalia a terceira divisão daquele ano), mas tenho poucas recordações. Esperamos o título amanhã que será o primeiro com a presença da TRP”, disse Rabelo.

Para mudar o canto

Se o título não vier, a chegada a final já vale como vitória para os torcedores. “Viemos do nada. Tantos anos fora de uma competição para chegar na final no primeiro ano já representa um título”, declarou. Mas se a conquista vier uma adaptação do canto que abre essa matéria já está feita, mesmo que ainda não esteja na ponta da língua. “Vamos cantar: ‘Realizei meu sonho. Trouxe a taça ao Balsinão e aquele milhão de vocês já estão comigo e gritando é campeão’”, completou da Silva.

Só a vitória interessa ao Próspera

A delegação de jogadores embarca hoje para a cidade de Itajaí. O jogo está agendado para a manhã deste domingo, às 10h. O palco será o Estádio Camilo Mussi, casa do Almirante Barroso e com gramado sintético. “O campo do Marcílio Dias, onde joga o Atlético Itajaí está passando por reformas, vai receber campo sintético também. Por isso colocamos para o Camilo Mussi. O horário da manhã é porque à tarde terá um evento no Estádio”, justificou o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Rubens Angelotti.

Independente de gramado e horário de jogo, o Próspera precisa vencer, o empate no Mário Balsini força o Time da Raça a buscar a vitória. Em caso de empate em tempo normal, haverá prorrogação. Caso o empate permaneça, o título será do Atlético Itajaí. “Estamos vivos na competição. Jogamos bem o segundo tempo aqui. Está todo mundo motivado”, avaliou o treinador Paulo Baier.

Vitória simples dá o título ao Time da Raça / Foto: Guilherme Hahn/Especial

O técnico valoriza a campanha do Próspera até o momento e vê o clube como merecedor do título. “Até aqui fomos muito bem, mas queremos mais. Muitos falavam que a gente não iria chegar, pensavam que a gente só iria participar. Agora temos capacidade de ser campeão. É nosso objetivo”, completou Baier. 

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