Ao longo desa semana voltaram a circular áudios e mensagens com supostos alertas a respeito da vacina para Covid-19. Os conteúdos falam desde a iminência de uma nova onda até supostos efeitos colaterais dos imunizantes, chegando a ser mencionada uma nova vacina que seria potencialmente fatal.
O Dr. Renato Matos, médico pneumologista, lamentou a disseminação das informações falsas em entrevista ao Programa Adelor Lessa. "O pior é que tem pessoas que acreditam nisso. Existe uma situação chamada de hesitação vacinal. Muitas pessoas tem dúvida, e às vezes muitas pessoas acreditam nesse tipo de situação. Essa história de que vacina faz mal pegou, infelizmente", comenta.
Ainda de acordo com o médico, a onda contra as vacinas vem ganhando força e se expandindo, devido à desinformação. "Nós ouvimos um monte de absurdos. Vacina bivalente não se usa há dois anos. A gente está usando uma vacina diferente agora. A vacina da Pfizer não se usa mais. Então, são pessoas totalmente desinformadas que falam besteiras que acabam ganhando repercussão e, naquelas pessoas que já tem uma hesitação, elas ficam em cima do muro. Não só contra a vacina da Covid, isso está se espalhando para outras vacinas. Poliomielite, coqueluche, gripe. Isso está se espalhando, infelizmente, e nós vamos pagar um preço por isso", alerta.
O especialista ainda detalhou os riscos da vacina. "Não é muito diferente o risco da vacina em relação ao risco de tomar dipirona. Alguém pensa em não tomar dipirona? Até foi estudado. O risco de fazer lipoaspiração, comparado com o risco da vacina é de 50 vezes mais. Alguma mulher que tem condições pensaria nas complicações e em não fazer a lipoaspiração? Não", exemplifica.
A rotina de atendimentos foi usada pelo médico como justificativa em favor do imunizante. "Eu tenho um consultório bem movimentado. Trabalho o dia inteiro com pacientes pneumológicos. Eu nunca vi nenhum paciente com complicação importante da vacina. Então, o risco-benefício é absurdamente a favor da vacina da Covid", afirma.
Ouça a íntegra da entrevista do Dr. Renato Matos ao Programa Adelor Lessa na Rádio Som Maior: