Deputados se dividiram entre criticar e explicar a múltipla representação de Jesus Cristo levada à avenida pela Estação Primeira de Mangueira, do Rio de Janeiro (RJ), durante a sessão desta quarta-feira, 26, da Assembleia Legislativa.
“Sou protestante, me sinto indignada quando símbolos cristãos são vilipendiados e satirizados”, criticou Ana Campagnolo (PSL), referindo-se à representação de Jesus, entre outros personagens, como um jovem negro “apanhando da polícia”. A parlamentar pediu o apoio dos colegas para aprovar projeto de sua autoria que coíbe a intolerância religiosa e o vilipêndio da fé, inclusive com proibição de liberação de verbas públicas, que foi protocolado em maio de 2019.
Jair Miotto (PSC) e Ricardo Alba (PSL) concordaram com Ana Campagnolo. “Representando o PSC e como pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, que prega a fé cristã e o respeito, nos causa muita tristeza a maneira como a religião tem sido tratada”, lamentou Miotto, que também manifestou contrariedade com o “investimento público em festas carnavalescas”. “Todo ano é assim, algumas escolas fazem questão de desrespeitar a fé cristã, tudo tem limite”, indicou Alba.
Ada de Luca (MDB), em aparte, explicou que o cidadão negro que estava na cruz representava “um jovem negro que foi morto” pela polícia. Já a deputada Luciane Carminatti (PT) defendeu a liberdade de expressão dos carnavalescos. “Não pode ter censura, precisa fazer uma interpretação do que está posto, precisa ter muito respeito às diferentes manifestações, mas não me senti incomodada”, relatou.