Um casal acusado de matar um homem por estrangulamento e jogar o corpo no rio Itajaí-Mirim, em Santa Catarina, foi julgado no Tribunal do Júri da Comarca de Itajaí na última quarta-feira (22). O Conselho de Sentença acatou a tese do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pela Promotora de Justiça Letícia Vinotti da Silva, e condenou os réus Edson Martins e Juliana Antunes a 17 e 15 anos de reclusão, respectivamente, em regime inicial fechado.
Os réus foram denunciados pela 1ª Promotoria da Comarca de Itajaí por homicídio triplamente qualificado - mediante emboscada, asfixia e motivo torpe - e por ocultação de cadáver contra Natã Taborda Gonçalves. Eles tiveram negado o direito de recorrer em liberdade.
Entenda o caso
Consta nos autos que Edson Martins e Juliana Antunes conviviam em uma união estável até o segundo semestre de 2020, quando Juliana passou a manter um relacionamento extraconjugal com Natã Taborda Gonçalves. Em outubro do mesmo ano, Edson descobriu o romance e proibiu o relacionamento entre os dois.
Durante aproximadamente um ano, Juliana ora saia da casa do companheiro e passava a residir com Natã, ora retornava ao convívio com Edson. Em julho de 2021, ela e Natã reataram o relacionamento e decidiram fugir, mudando-se para a cidade de São Ludgero, no sul do estado.
Após descobrir onde o casal estava, Edson foi ao encontro de ambos, convencendo a companheira a retornar para casa consigo e pagando R$ 5 mil em espécie para que Natã não se aproximasse mais dela. Natã passou a solicitar mais dinheiro de Edson, dizendo que do contrário levaria até a polícia mensagens em que Edson o ameaçava de morte e divulgaria imagens íntimas de Juliana na internet.
Edson transferiu aproximadamente R$ 6,5 mil para Natã em troca de dois celulares com o conteúdo. Os aparelhos foram quebrados por ele em seguida.
Em novembro de 2021, Juliana voltou a morar com Natã em São Ludgero, mas continuou mantendo contato com Edson. Na manhã de 12 de novembro de 2021, no caminho que Natã fazia entre sua casa e o trabalho, Edson e Juliana prepararam uma emboscada. Na ocasião, Edson asfixiou Natã com um golpe gravata e, com apoio moral e incentivo da companheira, matou a vítima. Após consumarem o crime, o casal ocultou o cadáver e jogou o corpo da vítima no rio Itajaí-Mirim, em Itajaí.
Julgamento
Presos preventivamente, os réus seriam julgados em uma sessão do Tribunal do Júri marcada para o dia 5 de julho. O Juiz da Comarca de Itajaí declinou da competência para que o julgamento acontecesse na Comarca de Braço do Norte, entendendo que o homicídio teria ocorrido em São Ludgero, que pertence àquela comarca. Os denunciados foram soltos por decisão do Juiz da 1ª Vara Criminal de Itajaí depois que o magistrado cancelou a sessão.
A 1ª Promotoria de Justiça de Itajaí recorreu, pedindo para que os réus fossem julgados em Itajaí, porque toda a investigação foi feita no município. O pedido foi analisado pela Justiça e, após uma decisão liminar em segundo grau, os réus voltaram para a prisão preventiva e o julgamento foi remarcado para o dia 22 de novembro.