Quem passou pela SC-445, em Içara, durante o dia de ontem, pode perceber a grande mobilização de veículos – carros e, principalmente, motos – estacionados nas proximidades do Crematório Millenium. Todos para a despedida de Adilton Carlos Ronsani, de 55 anos, o conhecido “Cowboy do Asfalto”, que faleceu em um acidente de trânsito no fim da tarde da última terça-feira, na SC-108, em Cocal do Sul.
A comoção tomou conta de familiares, amigos e conhecidos, representantes de diversos grupos de motociclistas da região. Entre eles, estava um dos amigos mais próximos de Adilton, o engenheiro civil Rodrigo Bez Batti. “Eu o conhecia há mais de vinte anos, ele me adotou como irmão, pela amizade que construímos. Era uma pessoa ímpar, uma casca grossa por fora, mas com um coração e um lado humano fora do comum”, conta.
Ambos organizavam juntos, há aproximadamente três anos, o Rincão Moto Praia, em Balneário Rincão. “Ele sempre foi o cara que saia para ajudar todo mundo, tinha o espírito de motociclista e vivia o motociclismo, era a vida dele. Acredito que fez o que gostava da vida e que estava no auge, tanto na parte pessoal, quanto profissional e com a família”, lembra Rodrigo.
“Ele fez da sua profissão algo ligado com a moto e recebia todos no seu bar voltado aos motociclistas, independente das diferenças, abria a porta do bar e tratava todos igualmente. Infelizmente, o destino pregou uma peça e o tirou de cima da moto de uma forma trágica, mas ele vai ser sempre lembrado como o ‘Cowboy do Asfalto’, ou o Wolverine para as crianças, já que ele se fantasiava e fazia todo aquele trabalho solidário de ir e plantar esperança para os pequenos. Resumindo, ele tinha um coração que não cabia no peito dele”, completa o amigo.
Vulcaneiros Brothers
Em peso na cerimônia de ontem, estavam os membros do Vulcaneiros Brothers, o grupo de motociclistas que Adilton ajudou a fundar e do qual participava até então. O representante Juan Medeiros lembra que conheceu o “Cowboy do Asfalto” desde o momento que adiquiriu sua primeira motocicleta.
“O grande diferencial dele era sempre falar a verdade. Era um cara incrível, um parceiro, viajamos muito de moto juntos. Com certeza, vai ser uma perda muito grande para os motoqueiros, porque ele era um dos poucos que gostava de realmente viajar de moto”, acrescenta.
Referência para os Vulcaneiros, a memória das atitudes de Adilton deverá permanecer entre os que o conheceram em vida. “Um cara que sempre ajudou todo mundo, era fora do normal. O grupo tem e vai continuar, porque precisamos continuar andando de moto, até passeando mais, em homenagem ao cowboy”, ressalta Medeiros.