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Defesa de motorista afirma que versão da polícia "distorce os fatos" sobre o que aconteceu

Nota denuncia viés nas investigações e manipulação da narrativa

Por Bianca Mesquita 25/03/2025 - 15:06 Atualizado em 25/03/2025 - 17:10
Foto: Redes Sociais
Foto: Redes Sociais

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A defesa do motorista preso na ação policial que resultou na morte de Thamily Ereno, na ultima sexta-feira(21), emitiu uma nota oficial contestando o posicionamento da polícia sobre o incidente.

O documento levanta questões de como o fato de a policial responsável pelo disparo fatal ser filha de um delegado da região, o que poderia afetar a imparcialidade da investigação, o confisco do celular de uma testemunha que estava no local do acidente e, principalmente, que "as versões apresentadas distorcem os fatos e tentam inverter responsabilidades. Diante das declarações e publicações da Polícia Civil, as vítimas dessa operação foram transformadas em culpadas".

"A preocupação da polícia, ao que tudo indica, não é esclarecer a verdade, mas sim justificar o erro de uma operação desastrosa que resultou na morte de uma pessoa e na prisão indevida de outra. Para tanto, diversas irregularidades e abusividades foram cometidas ao longo da investigação", afirma o escritório Leal, Viscardi & Zanette Advocacia.

Confira a nota na íntegra: 

A defesa do motorista envolvido na ocorrência policial na última sexta-feira, dia 21, bairro São Sebastião, em Criciúma, que ainda encontra-se preso preventivamente, vem a público repudiar a condução do caso pelas autoridades policiais. Desde o ocorrido, o caso tem sido amplamente noticiado pelos meios de comunicação, com pronunciamentos do delegado responsável pela investigação e do Delegado-Geral de Santa Catarina, no entanto, as versões apresentadas distorcem os fatos e tentam inverter responsabilidades. Diante das declarações e publicações da Polícia Civil, as vítimas dessa operação foram transformadas em culpadas. A jovem Thamily, que perdeu a vida ao ser atingida por um disparo de arma de fogo efetuado por uma policial civil, é considerada “culpada” por estar acompanhada de um homem com mandado de prisão. Já o motorista, que apenas exercia sua atividade profissional, encontra-se injustamente detido sob a acusação de tentativa de homicídio e desobediência, como se tivesse a obrigação de identificar um policial, mesmo que este estivesse descaracterizado.

A preocupação da polícia, ao que tudo indica, não é esclarecer a verdade, mas sim justificar o erro de uma operação desastrosa que resultou na morte de uma pessoa e na prisão indevida de outra. Para tanto, diversas irregularidades e abusividades foram cometidas ao longo da investigação. O motorista foi levado à delegacia sob a condição de testemunha, tendo inclusive permissão para manter consigo seu telefone celular. Contudo, após ser ouvido por três vezes, passou a ser tratado como suspeito e acusado de tentativa de homicídio. Houve ainda a apreensão irregular do celular de uma testemunha que, posteriormente, foi identificada como um repórter. Seu aparelho foi devolvido apenas após a exclusão forçada das imagens registradas do ocorrido.

Mais recentemente, o Delegado-Geral de Santa Catarina utilizou suas redes sociais para divulgar provas sigilosas da investigação em curso contra o passageiro, comprometendo a lisura do processo e levantando sérias dúvidas sobre a condução do caso. Tal atitude causou estranheza à defesa, considerando tratar-se de uma autoridade com anos de experiência na carreira policial. No entanto, essa postura torna-se “compreensível” diante da informação de que a policial civil responsável pelo disparo fatal é filha de um Delegado de Polícia da região, com mais de 30 anos de serviço. Apesar disso, a defesa do motorista acredita que essas ações visam justificar uma conduta policial equivocada, protegendo a corporação e uma operação que resultou na morte de uma pessoa e na prisão de um inocente. Diante disso, reforçamos nossa confiança no Poder Judiciário para corrigir as ilegalidades e injustiças cometidas até o momento e que serão garantidos o sigilo processual necessário, bem como o direito à ampla defesa e ao contraditório, permitindo que a verdade dos fatos seja plenamente esclarecida, seja ela qual for!

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