Segue a agenda da CPI da Ponte Hercílio Luz na Alesc. Foi encerrado nesta quarta-feira, 30, o período de instrução da CPI, com o depoimento do ex-secretário de Infraestrutura do Estado, Valdir Cobalchini. Na terça-feira, quem prestou longo depoimento foi o ex-governador Raimundo Colombo. Agora, o deputado estadual Bruno Souza (sem partido) terá 30 dias para encaminhar o relatório da CPI.
O relator terá que fazer a composição do material probatório e documental. Será entrege um relatório com as recomendações devidas, seja indiciamento ou responsabilização de órgãos públicos. Este relatório será submetido ao plenário da assembleia em dezembro. Se aprovado, será enviado para o Ministério Público e outros órgãos competentes.
“Vamos começar a fazer essas avaliações, temos bons indícios de responsabilização, algumas negligências e ineficiências, mas é tudo muito delicado. Quero apresentar isso junto com o relatório, porque estamos envolvendo pessoas e órgãos que podem ter deixado de cumprir suas funções”, afirmou o deputado em entrevista à Rádio Som Maior.
A CPI da Ponte Hercílio Luz recapitula o que aconteceu com as obras no local desde a sua primeira interdição, em 1982. “É um grande processo, nós pudemos reconstruir todo o histórico dessa obra que vai levar quase quatro décadas para ficar pronta. Levantamos mais de 20 mil páginas de contratos, aditivos, correspondências, ofícios. Ouvimos mais de 30 pessoas que ajudaram com o conhecimento de causa, através de depoimentos. Foi um mapeamento bem detalhado, contando desde a paralisação até os dias atuais sobre o que aconteceu com as obras na ponte Hercílio Luz”, detalhou Bruno Souza.
Sobre o depoimento concedido nesta quarta pelo ex-secretário de Infraestrutura, o relator da CPI demonstrou neutralidade. “O Valdir nos procurou e colocou-se à disposição para ajudar. Na época o secretário não tinha tanta ingerência sobre o Deinfra, que continha um conselho próprio que cabia muito mais ao presidente do Deinfra as decisões sobre obras", ressaltou.
Já o depoimento do ex-governador Raimundo Colombo pode ser considerado crucial. “O ex-governador Colombo conhece muito sobre os assuntos do Estado, foi um depoimento importante. A gente queria entender qual era a cadeia de comando e as decisões de governo em que ele era o chefe. Foi durante o governo dele que teve os contratos mais problemáticos. Temos que entender dois pontos: por que se demorou tanto para romper um contrato que dava sinais claros de que não seria cumprido e por que houve esse aditivo até 2013”, apontou o deputado.