A imprensa nacional opinou de forma praticamente unânime a inexistência do pênalti marcado contra o Criciúma no Heriberto Hülse, na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Fluminense na noite de terça-feira, 27. A dúvida é acerca da intervenção ou não do Var no lance: para especialistas, o vídeo deveria ter sido consultado pelo árbitro potiguar Caio Max, um árbitro com "histórico de lambança", segundo o comentarista de arbitragem Diego Real.
No Seleção SporTV desta quarta-feira, o assunto foi debatido pelos comentaristas André Rizek, Carlos Eduardo Mansur, Maurício Noriega e Arnaldo Ribeiro. Na avaliação de Rizek, a simulação de Luccas Claro após o contato com Dudu Vieira é clara.
"Não consigo ver empurrão no Luccas Claro. O juiz marcou com convicção e o Var existe para impedir erros claros. No meu entendimento, é um erro claro, não tem nem margem para ver um empurrão ali. O Luccas cai de costas, mais um elemento para ver que não tem empurrão", opinou o apresentador.
Já Carlos Eduardo Mansur e Maurício Noriega afirmaram ter dúvidas sobre a intervenção do Var no lance, ainda que não tenha sido penalidade.
"Não acho que seja lance para a intervenção do Var. Eu tendo a achar, que embora o pênalti não tenha acontecido, não era o caso da intervenção, seria o intervencionismo que já criticamos. Há o contato do jogador", disse Mansur.
Porém, para a comentarista de arbitragem Fernanda Colombo, na transmissão do jogo pelo SporTV, Caio Max deveria ter sido chamado para consultar o vídeo. "Para mim é lance que o Var deveria intervir. Considero como erro claro. O Var pode achar que é de intepretação, mas para mim é erro claro e o Var poderia chamar o árbitro a ver o vídeo", disse.
A reportagem do Portal 4oito entrou em contato, ainda, com o ex-árbitro Diego Real, comentarista de arbitragem da Rádio GreNal, em Porto Alegre. Real endossou a avaliação de Fernanda Colombo e disparou contra o potiguar Caio Max.
"O Var deveria ter feito a intervenção. Tem a causa, o contato, mas a consequência que não existiu. O jogador simulou. Pelo despreparo de lidar com a ferramenta, os caras vêem o contato mas não o medem. O contato existiu, mas não teve empurrão e nem força para aquele salto que o impedisse de seguir na jogada", explicou Real.
"É um contato de marcar posição, sentir o atacante, não tem empurrão e força nenhuma no lance. Para mim é um lance bizarro. Quando se olha a imagem e vê que o jogador simulou, o Var deveria chamar. É um erro claro. Dá-se uma penalidade de um possível contato faltoso que não teve a consequência. O var errou mais do que o árbitro", completou.
Caio Max Augusto Vieira, potiguar de 39 anos, tem histórico de confusões, inclusve com o uso (ou não-uso) do Var. "O juiz já se negou em outras ocasiões a ver o Var. Em 2018 ou 2019 ele foi chamado aproximadamente 12 vezes pelo Var durante várias rodadas, em 11 ele não aceitou a opinião do Var e foi considerado que ele errou nisso. É um histórico muito longo", relembrou Diego Real.
Inclusive, Caio Max recusou duas chamadas de pênalti contra o próprio Fluminense em uma rodada do Campeonato Brasileiro de 2019, partida contra o Grêmio em Porto Alegre. "Um árbitro ruim e insuficiente, que tem milhares de lambanças e que já não havia marcado o pênalti no Criciúma. O Var poderia sentir que o árbitro estava inseguro", concluiu o especialista.