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Mulheres são maioria como eleitoras e minoria na política

A cientista política, Juliana Fratini explicou porque a participação feminina na política é tão pequena

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 23/07/2022 - 16:55
Foto: Divulgação
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Uma pesquisa divulgada em maio de 2022, revelou que as mulheres somam 14% das pré candidaturas a governos estaduais para as eleições, enquanto a Câmara Federal conta com 15% de eleitas. Esse número é ainda menor em Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais de todo o país. As mulheres são maioria como eleitoras e minoria na política.

A cientista política, Juliana Fratini explicou porque a participação da mulher na política é tão pequena. “Não é que a mulher não esteja na política, ela está. Porém, nós temos uma tradição nesse país, de que a política é realizada por homens, foi assim durante muitos anos, mais de um século. Elas sofreram vários boicotes, inclusive constitucionais”, explicou.

A cientista pontuou que, antes do período da redemocratização de 1988, as mulheres eram barradas para fazer parte do sistema eleitoral e, até mesmo, votar. Além disso, elas dependiam da aprovação dos próprios esposos para ter qualquer tipo de atividade pública, às vezes, até para estudar.

“Nós passamos, no último século, por várias lutas na conquista, não só pelo direito ao voto, mas também pelo ingresso na polícia institucional, ou seja, por meio dos cargos. Isso muda após o período da redemocratização, em que as mulheres acabam ingressando muito mais na política depois do período da Ditadura”, frisou.

Segundo ela, a legislação atual contribui e incentiva para que as mulheres ingressem mais na política, por exemplo, com o destino obrigatório de 30% de vagas às candidaturas femininas e 30% dos recursos de fundo partidário para as candidaturas femininas.

“Porém isso é muito pouco ainda. Você nota que elas não chegam lá. São só 14% de candidatas para diversos postos e só 15% na Câmara Federal”, disse Juliana. “Mesmo com incentivo, a gente ainda tem um número muito baixo. No pleito passado, nós tivemos municípios que não tiveram, sequer, uma mulher eleita nas Câmaras Municipais”, completou.

Ela não acredita que em toda uma cidade as mulheres não tenham tido interesse de participar do espaço público. “Elas têm interesse, sim!”, afirmou. Para ela, esse cenário será mudado apenas com a mudança da cultura brasileira o entendimento de que o espaço de poder político pode ser ocupado pelas mulheres.

“Aquelas que já chegaram lá, contam que enfrentaram as mesmas dificuldades, não é por ser conservadora ou progressista que ela vai ter mais ou menos facilidade. A gente tem que mudar esse cenário, a gente tem que se unir e mostrar a nossa capacidade de governança”, bradou.

Cenário deve mudar

“Nós já fizemos três eventos pelo Brasil: em São Paulo, no Nordeste e em Brasília e, em breve, nós devemos ir para o Sul para discutir a temática de mais mulheres na política”, contou Juliana. “Estamos trabalhando com todas as parlamentares para ter um movimento consistente para que esse cenário mude”, finalizou.

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