A autoconfiança e o sentimento de inferioridade foram debatidos no Programa 60 Minutos, da Rádio Som Maior, nesta segunda-feira, 22. O assunto foi tratado pelo jornalista Arthur Lessa com o diretor regional do Mastermind SC, Mateus Meller de Luca, que trouxeram à tona o Efeito Dunning-Kruger e a Síndrome do Impostor.
O primeiro é um fenômeno que leva indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto a acreditarem saber mais que outros mais bem-preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos. Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória. “Um exemplo que vimos foi que quando começou a pandemia, muitas pessoas receberam um vídeo ou áudio de uma pessoa que se curou e dando sugestões do que deve ser feito como se fosse um especialista em pandemias, um médico. Coloca um tema polêmico no teu Facebook ou Instagram e pede para que as pessoas comentem, ou nem pede, e as pessoas vão comentar sobre aquele tema. Existe muita coisa. Quanto mais estudar, quanto mais conhecimento buscar, mais vai saber que tem muito a aprender. Este efeito que nos causa de que quando conhecemos alguma coisa, e rapidamente faz um estudo, fazendo isso tem a impressão de ‘nossa, quanta coisa eu sei’. E tu acaba sabendo mais do que a maioria das pessoas, mas precisa ter cuidado para não ter autoconfiança além do necessário. Ela vai se tornar prejudicial. A pessoa pensa que sabe alguma coisa, mas não sabe”, comenta De Luca.
Já a Síndrome do Impostor é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. “Tu começa a buscar mais conhecimento e quanto mais tu busca, aprende que tem muito a aprender. Essa pessoa vai sempre ter uma humildade natural. Vai diminuindo a confiança, vai sempre sentir que não está suficiente preparada para a ação. O equilíbrio entre o efeito Dunning-Kruger e a Síndrome do Impostor. Não posso me colocar totalmente do lado que nãos ei nada, que não vou começar as coisas passar a vida estudando sem realizar nada. Ou achar que estuda um mês, acerta um tiro e se acha um especialista. Medir o equilíbrio observando as pessoas que estão entregando algo em uma área o quanto estudou”, fala.
Ele cita ainda os investidores que se deixam levar pela autoconfiança. “O investidor estuda algo, cai em uma tendência, entra em uma onda, fez o investimento certo, deu certo naquele momento. E a pessoa tem em sua mente e até pela sua experiência uma pequena confusão do que sabe, da experiência ou, porque não, daquilo que foi uma sorte. Não existe uma receita para os negócios, para os investimentos, não existe uma receita pronta para qualquer coisa. Muda um milímetro na direção e o caminho é totalmente diferente”, finaliza.
Efeito Dunning-Kruger:
O efeito Dunning-Kruger é um fenômeno que leva indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto a acreditarem saber mais que outros mais bem-preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos; é a sua incompetência que restringe sua capacidade de reconhecer os próprios erros. Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória.
Em contrapartida, a competência real pode enfraquecer a autoconfiança e algumas pessoas muito capacitadas podem sofrer de inferioridade ilusória. Esses indivíduos podem pensar que não são muito capacitados e subestimar as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. A esse outro fenômeno dá-se o nome de síndrome do impostor.Síndrome do Impostor:
A síndrome do impostor, fenômeno do impostor ou síndrome da fraude, é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. Não se trata de uma desordem psicológica reconhecida oficialmente, mas ela tem sido o assunto principal de vários livros e ensaios por psicólogos e educadores.
As pessoas que sofrem este tipo de síndrome, de forma permanente, temporária ou frequente, parecem incapazes de internalizar os seus feitos na vida. Não importando o nível de sucesso alcançado em sua área de estudo ou trabalho, ou quaisquer que sejam as provas externas de suas competências, essas pessoas permanecem convencidas de que não merecem o sucesso alcançado e que de fato são nada menos do que fraudes.