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O que levou os cânions do Sul à Rede Global de Geoparques da Unesco

Evento de reconhecimento ocorreu na manhã desta quinta-feira, dia 21, em Praia Grande

Por Redação Criciúma, SC, 21/04/2022 - 14:41
Foto: Priscila Ventura/ Divulgação
Foto: Priscila Ventura/ Divulgação

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A riqueza do patrimônio geológico, da biodiversidade e da cultura regional motivou a busca pelo título conquistado pelos Geoparques do Caminhos dos Cânions do Sul. A região apresenta a maior concentração de cânions do Brasil, com grandes escarpas que atingem até 1.157 metros de altura e extensão total de aproximadamente 250 quilômetros. 
 
Conforme explica o geólogo do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Michel Godoy, a evolução geológica dos Cânions do Sul começou com a fragmentação do supercontinente Gondwana que, após sua separação, originou três continentes: a América do Sul, a África e a Antártida. 

Foto: Priscila Ventura

“Há cerca de 130 milhões de anos, as movimentações das placas tectônicas causaram a separação dessa grande massa continental e despertaram um dos maiores eventos geológicos de todos os tempos, o vulcanismo Serra Geral. A grande região recoberta por esse vulcanismo ficou conhecida como Província Basáltica Continental Paraná-Etendeka que possui registros contínuos de rochas vulcânicas preservadas no Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai na América do Sul e Namíbia na África", destaca o geólogo.

Este capítulo da história da Terra está registrado nos diferentes geossítios do Geoparque, alguns deles, inclusive, de relevância geológica internacional, com grande potencial para promoção do geoturismo e de estudos científicos nestes locais. 

O que é um Geoparque?

De acordo com a Unesco, os Geoparques Mundiais são áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. 

Foto: Priscila Ventura

Um Geoparque Mundial da Unesc deve demonstrar o patrimônio geológico de relevância internacional. Além disso, seu propósito consiste em explorar, desenvolver e celebrar as relações entre esse patrimônio e todos os outros aspectos patrimoniais naturais, culturais e imateriais da área. Trata-se de religar, em todos os sentidos, a sociedade humana à Terra e de celebrar as formas como o planeta e sua longa história de 4,6 bilhões de anos têm moldado cada aspecto de nossas vidas e sociedades. 

O título não é uma designação legislativa – porém, a definição de sítios do patrimônio geológico dentro de um Geoparque Mundial da Unesco deve ser protegida pelas legislações locais, regionais ou nacionais. O status de Geoparque Mundial da Unesco não implica restrições à nenhuma atividade econômica, desde que essa atenda às leis locais, regionais e/ou nacionais. 

A chancela não é um título permanente. A cada quatro anos, os Geoparques passam por um novo processo de revalidação para garantir que seguem cumprindo os requisitos do Programa de Geoparques da Unesco.

Histórico:

  • A concepção de um projeto de Geoparque entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul começou a ser idealizada em 2007, por iniciativa do prefeito de Praia Grande (SC), na época, Sr. João José de Matos. A proposta envolvia seis municípios da região, sendo três de Santa Catarina e três do Rio Grande do Sul.
  • Já em 2009, o projeto Geoparque passou a ser liderado pela parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), de Araranguá (SC) e Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (AMESC). Nessa época, o território do Projeto foi ampliado para 19 municípios.
  • Entre 2010 e 2011, aconteceram os primeiros estudos para iniciar o inventário dos geossítios pelo Serviço Geológico do Brasil (SBG-CPRM), através da Superintendência de Porto Alegre (RS).
  • Em 2014, com o amadurecimento do projeto, a área do Geoparque foi reduzida para os atuais sete municípios, como forma de direcionar os esforços para uma área núcleo.
  • Em abril de 2017, o processo avançou para a criação oficial do Consórcio Público Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul, órgão responsável pela gestão do projeto, formado pelos sete municípios que compõem o território.
  • Em 2019, o Consórcio enviou à Unesco o dossiê oficializando o processo de candidatura. O projeto passou a ser considerado um Geoparque Aspirante, cumprindo uma série de procedimentos como o envio de relatórios e documentações específicas que demonstram a relevância geológica da região, além de diversas evidências sobre a trajetória da proposta, a gestão e o envolvimento da população. 
  • Em novembro de 2021, o Geoparque recebeu dois representantes da Unesco que percorreram todos os municípios do território, avaliando se o projeto cumpria cumpre os requisitos para o título, entre eles: visibilidade, atuação em rede com outros geoparques, estrutura de gestão, atividades educacionais, culturais e de pesquisa científica, além da relevância geológica. A avaliação foi positiva e recomendou o reconhecimento como um Geoparque Mundial, indicação que foi aprovada por unanimidade na reunião do Conselho de Geoparques da Unesco em dezembro do ano passado e endossada agora pelo Conselho Executivo.
     

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