O silêncio atencioso do público acompanhou a peça A Última Sessão de Freud durante noventa minutos. A plateia não perdeu o foco do texto enriquecido por narrações situando o período histórico, explicações sobre a vida do famoso psicanalista, questionamentos corriqueiros nas conversas de todos os povos do mundo e reflexões sobre as diferenças de pensamento entre crentes e ateus.
A peça é um exemplo de que é possível haver um diálogo respeitoso entre pessoas que pensam diferente. A mensagem foi espalhada pelas vozes dos atores Odilon Wagner e Claudio Fontana no Teatro Elias Angeloni, na noite dessa quinta-feira (11).
O padre Thiago Moliner Eufrásio e o psicanalista Artur Cipriano foram convidados para subir ao palco e debater junto com os atores temas como o sofrimento, o ateísmo e crença em Deus. Questionado sobre as dores humanas, o padre disse que é trágico responder para uma pessoa que foi vontade de Deus quando algo ruim lhe aconteceu na vida.
“O sofrimento, a dor e a violência não são justificáveis. Escutar o outro, não é apenas ouvir, tem que partir do reconhecimento da nossa própria ignorância”, completou Cipriano.
O ator Odilon Wagner elogiou a estrutura do teatro e do parque municipal. Frisou a importância de incentivar as pessoas para assistirem espetáculos destacando que é através da educação e da cultura que este país terá uma solução.
O casal Cleiton Corrêa Madeiros e Franciele Sotero Westphal assistiram pela primeira vez uma peça teatral. “Não gostamos muito de festas, baladas, preferimos lugares como este. Vimos a divulgação no Instragram, pesquisamos, as pessoas comentaram que é uma peça boa, por isso resolvemos vir e gostamos muito”, comentou Franciele.
*Colaboração especial de Ana Pintro, acadêmica de Jornalismo da UniSatc