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O Brasil inteiro passou por uma eleição municipal justamente no ano em que uma das piores, se não a pior, crise epidemiológica e econômica assolou o país. Muitos dos resultados dos pleitos municipais acabaram sendo reflexos deste período. Para o ex-deputado federal e ex-senador Jorge Boeira, as eleições de 2020 mostraram a busca pela renovação consciente por parte da população.
“Com os resultados nós vemos claramente que o eleitor buscou não só a renovação, mas a renovação com alguém confiável. Um pouco desse resultado é Joinville. Há também aqueles municípios onde não se tinha expectativa de renovação e foram mantidos os governos que até então tinham desenvolvido um bom trabalho”, pontuou.
Para Boeira, a forma como aconteceram as eleições em si foram extremamente diferentes, atípicas, marcadas pela força da internet em um período onde as pessoas tinham que se distanciar uma das outras. Apesar disso, os resultados dos pleitos não trouxeram grandes novidades ao país. “Ficou claro que o eleitor está procurando aquelas pessoas em que acredita e que significam, de fato, renovação”, afirmou.
As diferenças com 2018 e expectativas para 2022
Esta foi a primeira eleição após as eleições presidenciais de 2018, marcada pela onda que elegeu o atual presidente da república, Jair Bolsonaro. Apesar disso, para Jorge Boeira, os pleitos de 2020 mostraram diferenças significativas em comparação com os ocorridos há dois anos atrás.
“Em 2018 era claro que as pessoas buscavam mudança a qualquer preço e qualquer custo, não queriam mais os políticos que faziam parte da elite partidária. Em 2020, a gente analisa que o cidadão ficou mais cauteloso, ele quer de fato a renovação, mas quer a renovação com segurança”, comentou.
Para 2022, a previsão de Boeira é de que o cenário político seja mais parecido com 2020, do que com 2018. A renovação consciente e menos abrupta deverá ser uma das características que irão marcar a escolha de governadores, deputados, senadores e presidentes.
“Acho que o quadro será diferente, nem de extrema esquerda e nem de extrema direita. O eleitor vai buscar aquele candidato, aquela alternativa que ele veja como segurança, que possa lhe trazer a paz no dia-a-dia, sem grandes sobressaltos. Acho que vai ser uma eleição mais para o centro”, declarou
