A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira, 10, sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de afastamento de funções relacionados à investigação sobre suspeitas de crimes em uma entidade de atendimento educacional especializado em Lauro Müller. Há inquérito policial na delegacia local em andamento requisitado pelo Ministério Público para apurar as suspeitas. O Instituto Geral de Perícias (IGP) prestou apoio à ação.
Segundo o delegado Ulisses Gabriel, na requisição ministerial constou a existência de “notícia crime” anônima dando conta de suspeitas de que o presidente da entidade agiria de forma a embaraçar as investigações, proibindo, inclusive, que os fatos fossem levados ao conhecimento do Ministério Público, bem como estaria supostamente perpetrando crimes de peculato na condição de presidente.
Houve relatório de investigação feito da delegacia de Orleans destacada para investigar o caso pela Delegacia Regional de Criciúma. Conforme o delegado, na investigação surgiram indícios de possíveis práticas de crimes de coação do curso do processo, peculato, injúria racial, tráfico de medicação controlada, associação para o tráfico, inserção de dados falsos em sistema informatizado da administração pública e associação criminosa.
Foram deferidos até agora pela Justiça sete mandados de buscas e apreensão e dois de afastamentos após manifestação do Ministério Público. As investigações foram concentradas na delegacia de Orleans e contaram com a atuação e apoio da Promotoria de Lauro Müller através da promotora Larissa Zomer Loli.
A operação deflagrada se chama Tweed. No século XIX, numa cidade do Nordeste, nos Estados Unidos, o prédio do tribunal demorou 20 anos para ser inaugurado e houve superfaturamento - terminou custando o dobro do valor que o país pagara na compra do Alaska. À época, os desvios foram comandados por William M. Tweed, ou ”chefe Tweed”.