"Foi uma semana torturante na saúde". Assim, o vereador Júlio Colombo (PL) definiu as reclamações recebidas de populares ao longo da semana passada, em sua manifestação na sessão desta segunda-feira, 17, na Câmara de Criciúma. "Nunca recebi tantas reclamações. De falta de médico, de remédio", comentou, citando a Unidade Básica de Saúde do Bairro Wosocris, que tornou-se referência para o Rio Maina depois da desativação da antiga Policlínica, que está sendo transformada em Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Em seguida, o vereador Arleu da Silveira (PSDB) ponderou. "No Wosocris tem quatro clínicos e dois pediatras. Mas na rede municipal temos mais de 150 profissionais afastados por Covid. Médico já era difícil achar, imagina agora com essa situação", observou.
Mas Arleu, que foi secretário do governo Clésio Salvaro (PSDB), concordou com algumas das críticas de Júlio Colombo. "Quanto ao atendimento, sou obrigado a concordar. Alguns postos, não só ali, realmente têm uma deficiência no atendimento. Já comentei com o prefeito, com o secretário Acélio", destacou. "Temos que ver se dá para fazer algo com a Unesc, a Satc, a Esucri para desenvolver um programa melhorado de atendimento, o atendimento é 90% da resolutividade do processo", emendou o vereador tucano.
Comunidade reclama
Júlio Colombo exibiu, durante a sessão da Câmara, áudios de duas moradoras do Rio Maina com as reclamações. "Está bem complicada a situação. Vamos ali e não somos atendidos", disse uma delas, sobre a unidade do Wosocris. "É um descaso. Vai pegar medicação, não tem ninguém no lugar da menina da farmácia", reclamou. "Outra coisa bem grave, a gente não está tendo atendimento médico. Os médicos estão seguindo alguma ordem, a gente vai ali para pegar número, só se estiver morrendo. Eu preciso de uns exames, preciso de um preventivo, a gente não consegue ser atendido. Está bem complicado", contou.
A moradora disse que muitos usuários da unidade fazem uso das agentes comunitárias de saúde para que os exames cheguem aos médicos. "O pessoal vai ali muito mal, eles mandam fazer os exames. Teve o caso de uma menina aqui de perto de casa, no retorno ela não pode passar pelo médico, teve que deixar o exame ali, as agentes mostram o exame para o médico e se tiver alguma alteração o médico chama o paciente. Senão a gente não sabe nem se o exame foi mostrado mesmo para o médico", revelou. "Está uma bagunça. Tiraram o posto do Wosocris e não adianta, a gente não tem médico. Não é só Covid que mata as pessoas, tem várias outras comorbidades. Somos muito mal atendidos ali", completou, indignada.
O vereador Colombo prometeu uma reunião para tratar do assunto na próxima quarta-feira, 19, com o secretário Acélio Casagrande. "Fiquei preocupadíssimo, nós estaremos reunindo algumas pessoas na quarta-feira para conversar com o secretário de Saúde. Na sexta deu polícia. Não vou fazer julgamento, mas deu polícia", completou.
Troca o presidente
A sessão desta segunda é a primeira da interinidade do vereador Aldinei Potelecki (Republicanos) na presidência da Casa. O presidente, vereador Tita Beloli (PSDB), ingressou em licença de saúde pelos próximos dias. “Esse afastamento é necessário, pois a pessoa que cuida das minhas filhas, em minha casa, testou positivo para a Covid-19. Então, como tenho muito contato com ela, irei ficar em isolamento social para não haver uma possível transmissão, apesar de não estar com nenhum sintoma. Por orientação médica, daqui dez dias irei fazer o teste para avaliar o meu retorno”, relatou o vereador Tita.