A exemplo de Hemerson Maria, a saída de Vinícius Eutrópio do Figueirense foi conturbada. O treinador concedeu entrevista à Rádio CBN de Florianópolis nesta terça-feira, 17, após o anúncio de desligamento do clube.
Eutrópio foi enfático: "poucas vezes me arrependi de fazer alguma coisa na vida, mas uma dessas poucas coisas foi, infelizmente, essa vinda para o Figueirense", afirmou. "Foram três anos como jogador para construir uma carreira aqui, um ano inteiro de conqusitas em 2013 e 14, também com boa passagem em 2016", lamentou Eutrópio.
"Estourou greve, estourou treino, saída de jogadores, falta de plano de saúde, de transporte, de comida e de roupa, uma falta de respeito. Foram 40 dias surreais. Só não me arrependo de uma coisa: um dia após o W.O (contra o Cuiabá, por falta de pagamento, na 17ª rodada), tivemos uma reunião com a direção e ela, surpreendentemente, queria mandar embora seis jogadores e três membros da comissão técnica. Eu fui veementemente contra, talvez ali tenha começado algum tipo de restrição com o meu nome", indicou o técnico.
"Minha quarta passagem pelo Figueira talvez tenha sido importante nesse sentido. Se eu não tivesse segurado, a gente teria dado o W.O também contra o CRB. A falta de sensibilidade é incrível. A gente vinha de um W.O e a direção queria mandar jogadores embora. Os jogadores foram aplaudidos por torcida e todos os funcionários", explanou Eutrópio.
Se tivesse ocorrido o segundo W.O, o Figueirense seria rebaixado para a Série D. Eutrópio comandou o clube em 12 clubes, quando a crise já estava escancarada, após constantes ameaças de greve dos jogadores e a saída de Hemerson Maria por desentendimentos com a diretoria.
"Falta respeito pelo ser humano. As pessoas aqui no Figueirense estão tristes, oprimidas. Depois do W.O os funcionários receberam os jogadores e aplaudiram de pé. O Figueirense de hoje não é o Figueirense. Não é aquilo que a gente conhece. Sou mais um da lista a me sentir humilhado pelo que passamos", desabafou Vinícius Eutrópio.