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Chuvas em SC: Bolsonaro faz arminha; Jorginho, trabalha

Ex-presidente visitou Santa Catarina em meio às fortes chuvas que castigam o estado

Por Maga Stopassoli 15/10/2023 - 19:42 Atualizado em 15/10/2023 - 20:54

Após quase duas semanas de chuvas fortes que castigaram Santa Catarina, o cenário ainda é delicado. Neste domingo, 126 municípios catarinenses ainda estão em situação de emergência. Esta foi a primeira crise enfrentada pelo governador Jorginho Mello para além das pautas políticas que se resolvem com boa articulação. Neste caso, era preciso muito mais do que isso. E, até o momento, Jorginho demonstrou liderança, esteve presente nas cidades mais afetadas pelas chuvas, acompanhou de perto todas as informações levantadas pelo seu secretariado e precisou tomar decisões. Um dos momentos mais tensos enfrentados por ele foi a decisão de fechar a barragem de José Boiteaux, onde Jorginho Mello atuou diretamente na negociação com as lideranças indígenas para que autorizassem o fechamento das comportas, já que a barragem fica em terras indígenas. Nas redes sociais, o governador mantém atualização constante sobre a situação das chuvas no estado, além de dicas de como se proteger em casos de emergência.

Além das ações de enfrentamento às chuvas, Jorginho Mello precisou incluir em sua agenda uma ida até Chapecó para encontrar o ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro. Jair havia confirmado sua vinda ao estado no fim de setembro, quando ainda não havia a previsão climática dos últimos dias. Ele veio a convite do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), para prestigiar a Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó (Efapi). A chegada do ex-presidente ocorreu na manhã do dia 12 de outubro, feriado de Nossa Senhora Aparecida. Ele desembarcou em Chapecó e foi recebido por João Rodrigues e parlamentares do PL, como a deputada federal criciumense, Júlia Zanatta (PL). No período da manhã, o governador participou de uma missa em honra à N. Sra e, a tarde, voou para Chapecó, onde encontrou Jair Bolsonaro.

No dia seguinte, a assessoria do Governo do Estado informou que Jorginho sobrevoaria novamente as cidades do Alto Vale, as mais atingidas pelas chuvas, e estaria acompanhado de Jair Bolsonaro. Além disso, o comunicado dizia que Jorginho concederia entrevista coletiva em sua chegada em Blumenau, ao lado de Bolsonaro. A chegada no aeroporto da cidade foi acompanhada por apoiadores do ex-presidente que estiveram por lá para recebê-lo.

Pouco afeiçoado a visitar Santa Catarina em agendas de trabalho durante seu mandato como Presidente da República, o agora ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL), já veio ao estado duas vezes somente neste ano. Santa Catarina deu a Jair Bolsonaro mais de 70% dos votos nas duas vezes em que ele disputou eleição. Mesmo assim, o estado sofreu cortes de verbas importantes, especialmente as que seriam destinadas às obras em rodovias federais em terras catarinenses. Durante o mandato, Bolsonaro era mais afeiçoado às motociatas ou aos passeios de jet ski nas belas praias catarinas. Dessa vez ele aproveitou a visita para fazer um passeio aéreo sobre as áreas atingidas. “Passeio”, pois o próprio ex-presidente disse que não poderia fazer nada pelo estado, já que não tem mandato – o que é verdade. Nem se poderia exigir nada dele nesse sentido. O colega jornalista Upiara Boschi definiu bem, durante o Plenário, na rádio Som Maior, da última sexta-feira (13) o passeio de Jair sobre as cidades alagadas. Ele chamou de “Turismo de tragédia”. A definição caiu como uma luva para o passeio que não precisava ter acontecido.

Ainda em Chapecó, ao lado de Jorginho, João Rodrigues e Jorge Seif, Jair Bolsonaro acenou da sacada de um prédio, para o público que o cumprimentava, fazendo o seu tradicional gesto de “arminha” e foi prontamente acompanhado por Seif. Jorginho permaneceu de mãos cruzadas, enquanto observava a pequena multidão. Enquanto Jair Bolsonaro continua fazendo arminha e tenta manter viva a força do bolsonarismo que, convenhamos, tem nele a maior força de mobilização no Brasil, Jorginho Mello cumpriu o que lhe cabia, sem correr muito o risco de se aproximar demais, nem de se afastar demais do presidente que o ajudou a se eleger. O saldo do passeio na tragédia, foi um governador cada vez menos refém do 22. Você pode até discordar, mas, quem viver, verá.

 

Jair faz arminha enquanto Jorginho observa pequena multidão em Chapecó. Foto: Correspondente da Maga no oeste.

 

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