A conta de luz para os brasileiros vai ficar mais alta. O governo informou na sexta (30/08) a transição da bandeira verde para a vermelha, patamar 2, para o mês de setembro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) havia divulgado o valor da taxa extra da bandeira vermelha patamar 2, no entanto, revogou a decisão e solicitou à CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) uma nova análise e recálculo dos dados. A taxa extra será mantida, porém, em bandeira vermelha no patamar 1, na qual a taxa adicional é de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
"A sinalização por bandeiras tarifárias incentiva o uso consciente de energia e evita o alto consumo em horários de pico. Elas informam os consumidores sobre a necessidade de revisar a dependência da energia hidráulica. Atualmente, essa medida visa evitar interrupções no fornecimento e garantir a estabilidade do sistema elétrico. Com as mudanças no regime de chuvas, a energia solar é tão importante, pois compensa em períodos de seca, apesar de não ser despachável. O grande passo a ser dado para que o custo seja reduzido é tornar a energia solar despachável por meio do sistema de armazenamento" explica Antônio Terra, CEO da ForGreen, empresa que atua no fornecimento de energia elétrica solar fotovoltaica".
A tarifa extra na bandeira vermelha foi utilizada pela última vez em agosto de 2021. Em setembro do mesmo ano, a ANEEL criou a bandeira "escassez hídrica" devido ao longo período sem chuvas e de severa seca em todo o território nacional, a qual permaneceu em vigor até abril de 2022, quando a ANEEL acionou a bandeira verde e foi mantida até julho deste ano.
"A expectativa é que a bandeira vermelha não dure muito, tendo em vista, que há chuvas previstas para o início do período úmido na qual ocorrem entre outubro até abril de 2025", ressalta João Sanches, CEO da Trinity Energias Renováveis, empresa geradora de energia renovável, gestora e comercializadora de energia no mercado livre. No entanto, o executivo ressalta que o pico de consumo, que ocorre entre 18h e 21h, precisa oferecer alternativas mais eficientes para suprir a alta demanda quando as fontes eólicas e solares iniciam queda de produção de energia.
Existem quatro tipos de bandeiras:
Em março deste ano, a ANEEL aprovou uma redução de até 37% nos valores das bandeiras tarifárias. Veja como ficaram os preços conforme cada tipo de bandeira:
> Bandeira Verde: indica condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo. É como um sinal verde no trânsito, indicando que tudo está bem.
> Bandeira Amarela: indica condições menos favoráveis de geração, e há um acréscimo no valor da sua conta de luz. É como um sinal amarelo alertando para uma situação que exige atenção, principalmente nos horários de pico. A redução é de 37% em relação ao valor anterior. A tarifa será de R$18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado, ou seja, R$ 1,88 a cada 100kWh.
> Bandeira Vermelha: indica condições ainda desfavoráveis de geração. O acréscimo na tarifa é ainda maior. Esta bandeira possui dois patamares: Patamar 1 e Patamar 2, com valores de acréscimo diferentes. É como um sinal vermelho, indicando uma situação mais crítica.
- Patamar 1: Há redução de 31% em relação ao valor anterior. A tarifa será de R$ 44,63 por MWh utilizado, ou seja, R$ 4,46 a cada 100 kWh.
- Patamar 2: Há redução de 20% em relação ao valor anterior. A tarifa será de R$ 78,77 por MWh utilizado, ou seja, R$ 7,87 a cada kWh.
> Bandeira de Escassez Hídrica: É aplicada em escassez hídrica severa, e resulta em um acréscimo ainda maior na tarifa. Essa bandeira é utilizada em situações mais extremas, como uma seca prolongada.
Mas por qual motivo as bandeiras variam?
As bandeiras variam conforme as condições de geração de energia, que podem ser influenciadas por diversos fatores, entre elas, as condições climáticas. No Brasil, o sistema de energia é abastecido por usinas hidrelétricas que dependem da disponibilidade de chuvas para manter os reservatórios cheios. Apesar do país crescer na produção de fontes renováveis (solar, eólica, biomassa) nos horários de pico, o consumo de energia aumenta e prevendo uma incapacidade do sistema hídrico suprir essa demanda e possíveis quedas de energia, o governo aciona a mudança de bandeira, tendo em vista, que será necessário utilizar as usinas térmicas, em um custo mais elevado.
As Usinas Térmicas utilizam energia térmica, ou seja, geram energia por meio da queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral, gás natural e derivados do petróleo ou de outras fontes de calor. Há quatro tipos de usinas térmicas:
No entanto, o uso excessivo dessas usinas pode gerar impactos ambientais e aumentar os custos da energia. Por isso, a busca por alternativas mais sustentáveis e eficientes é essencial para garantir um futuro energético mais limpo e seguro.
Pico de Energia
A hora pico de energia, ou horário de ponta, é o período do dia em que a demanda por energia elétrica é maior, o que geralmente resulta em um custo mais elevado por kWh. Essa faixa de horário depende da região e de suas particularidades. Normalmente, são os períodos de maior que costumam coincidir com os períodos em que as pessoas estão em casa ou no trabalho, como ao final da tarde e início da noite. Há também as atividades sazonais, como, por exemplo, eventos esportivos, feriados que podem ocasionar picos de demanda em horários específicos. Ou ainda, devido ao calor, o alto consumo de ar condicionado no verão e de aquecedores no inverno.
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Colaboração: Agência Bendita Imagens