Na terça-feira, 23h, o ministro da fazenda, Henrique Meireles, bateu o telefone para o governador licenciado Raimundo Colombo. Comunicou que não viria mais ao compromisso agendado para Criciúma, no dia seguinte, para posse na Acic. Colombo ponderou - “a cidade está esperando, há uma expectativa muito grande pela sua presença, vai ficar muito ruim se o senhor não vier!”. Ele parecia decidido. Repetiu que não viria.
Só na manhã de quarta feira, o dia do evento, é que a assessoria confirmou que ele viria.
E foi assim nos 10 dias que antecederam a posse. A assessoria do ministro fez várias investidas para cancelar a sua vinda. Esbarrou sempre na postura firme (dura algumas vezes) do deputado Ronaldo Benedet.
Num determinado momento, Benedet precisou recorrer aos ditos de Napoleão Bonaparte - "Não quer cumprir compromisso, não assuma; mas, se assumir um compromisso, tem que cumprir”.
Por isso, quando o ministro chegou no estacionamento da Acic, Ronaldo desceu do palco onde estava com as autoridades, saiu do auditório, deixou a cerimonia "rolando" e fez questão de ir buscá-lo.
Mas, enfim, valeu a pena o esforço, e empenho, do deputado Benedet e de todos que se envolveram. A cerimonia de posse vai ficar na história da Acic e da cidade. Pelo publico, que lotou o auditório, e pela representatividade. E pelo que isso representa.
Foi muito importante, por exemplo, mostrar para quem veio de fora, como o ministro Meirelles, e mesmo dirigentes de entidades estaduais, como a Fiesc, que o setor produtivo está mobilizado, articulado, unido, no sul do estado.
Na palestra, silêncio absoluto no plenário. Era possível ouvir o deslocamento de uma mosca.
O estilo professoral de Meirelles segurou todo mundo. E os empresários gostaram de ouvir a sua analise da economia e as projeções otimistas.
Na saída, Benedet acompanhou o ministro até o carro e, ao se despedir, registou - “o último que veio na posse aqui da Acic virou presidente da republica, quem sabe o senhor venha a ser o próximo!”.
Estava se referindo a Michel Temer, que veio na posse de Cesar Smielevski, quando era vice-presidente, no primeiro mandato.
O ministro riu e foi embora. Satisfeito. Comentou com assessoria que não tinha idéia que seria tudo aquilo.
Aniversário
Ministro Meireles cumprimentou na Acic empresário Cide Damiani pelos 39 anos da Dammyler, uma empresa nacional, com base em Nova Veneza.
Outros tempos
Definitivamente, Eduardo Moreira e Clesio Salvaro deixaram para o passado os tempos de tiroteio. Enquanto esperavam o ministro Meireles, na Acic, conversaram animadamente com o deputado Benedet e o presidente Moacir Dagostim. Com direito a mão no ombro.
A posse
Romanna Remor, ao assumir a secretaria de ação social, mostrou credenciais, se diferenciando do antecessor - “não passa pela minha cabeça, nem pela do governador Eduardo, comprar prédio de r$ 25 milhões; isso está longe de ser prioridade para um estado com tantos problemas sociais”.
Eduardo Moreira praticou o gesto à Romanna na primeira oportunidade que teve, depois da aposta que ela fez no PMDB na eleição municipal de 2012.
Olho no olho
Julio Garcia fez roteiro ontem na região, mobilizando para o ato que vai fazer no dia 24, em Criciúma, para sua filiação ao PSD.
Mas, por telefone, acertou reunião com a bancada PSD na Assembléia para terça-feira.
Vai repetir suas posições contra a condução de Gelson Merisio na presidência do partido e a sua candidatura ao governo.
Detalhe - como deputado, Merisio estará na reunião.
Ontem, a bancada distribuiu nota confirmando apoio à candidatura de Merisio ao governo, depois que Julio disse, no dia anterior, que a candidatura é um equivoco, porque não tem viabilidade eleitoral.