O deputado federal Ronaldo Benedet, PMDB, que votou a favor da reforma trabalhista, anunciou para um grupo de 40 dirigentes de associações empresariais do sul, que não votará a favor do projeto da reforma da previdência se o texto continuar como está.
Entende que a reforma é necessária, a previdência “vai quebrar”, mas o governo federal tem que começar “por dentro”, para depois chegar à iniciativa privada.
A reunião, no sábado à tarde, de caráter “suprapartidário”, foi organizada pelo empresário Olvacir Fontana, vice-presidente da Facisc, federação de associações empresariais do estado (foto).
A intenção era registrar o reconhecimento do setor empresarial pelas posições (e votos) do deputado Benedet a favor da lei de terceirização e reforma trabalhista. Participaram mais de 40 dirigentes de associações empresariais de Imbituba a Passo de Torres.
Benedet repetiu que as mudanças da CLT (reforma trabalhista) não retiraram nenhum direito (ou ganho) dos trabalhadores e reclamou do movimento sindical.
Disse que foi o único deputado federal a fazer emenda ao projeto da reforma da previdência para preservar os direitos dos mineiros e os sindicatos de mineiros não disseram nada.
A atitude dos representantes do setor produtivo, independente de ter sido ou não o objetivo central da reunião, acaba fazendo o contraponto à campanha feita pelo movimento sindical contra o deputado, principalmente pela votação a favor da reforma trabalhista.
Mas, outro ponto comum nas manifestações durante a reunião, foi a necessidade de uma participação mais efetiva dos empresários na política. Um apelo contra a omissão. Principalmente neste período de transição, com mudanças importantes em curso, e porque os políticos são suscetíveis à pressão.
“Momento é de gente de posição”
Trechos da manifestação do deputado Benedet na reunião:
. “Não seria mais candidato, mas com as mudanças em curso, fiquei animado e vou de novo”.
. “Não votei para cassar Dilma por crime fiscal, ou pedalada, mas por incapacidade de gerir o país”.
. “O momento que o país vive é pata gente de posição, e de politico que assume posição”
. “O modelo do estado brasileiro é da corrupção, desde os tempos de Dom João VI”.