Não diga não, com Nelson Spillere!!

Em 1976, quando cheguei em Criciúma, Nelson Spillere era uma "estrela". Fazia sucesso absurdo na rádio Difusora - que não é a mesma Difusora de hoje. Aquela não existe mais. Os seus proprietários perderam a concessão.

Nelson era um grande comunicador. Muito espirituoso, simpático, divertido. Um animador da cidade.

Ele marcou época no rádio da região com o programa "Não diga não".

O ouvinte telefonava e passava a falar com o Nelson no ar. Tinha que responder perguntas, mas não poderia dizer "não".

Tinha que ficar um tempo no ar sem dizer "não". Se conseguisse, ganhava um prêmio.  E o Nelson sabia prender as pessoas. Era campeão!

Qando a Difusora de Criciúma saiu do ar, ele levou o seu programa para a rádio Marconi, de Urussanga.

Ficou lá por vários anos. Fez sucesso. E por lá, abocanhava boa parte da audiência de Criciúma.

Num determinado momento, ele decidiu largar o microfone para cuidar dos negócios. Tinha postos de gasolina com os irmãos. Depois dividiram e ele ficou com o psoto dele, no bairro Pinheirinho.

Mas, acima de tudo isso, Nelson foi um bom amigo. Uma pessoa do bem (e de bem). Não conheço quem não goste dele, ou que ele tenha feito algum mal.

Como diria Jota Del Fabro, estava sempre de bem com a vida! 

Ontem, Salesio Vascondelos, dono de táxis na cidade, "o primeiro Uber de Criciúma", contava que era taxista na praça Nereu Ramos e Nelson passava por ele todos os dias antes das 6h da manhã, quando ia "abrir a rádio". E sempre parava para uma prosinha. Ou para uma piada.

É mais um dos tradicionais da cidade que encerrou sua participação por aqui.  E que vai deixar saudades.