CPI você sabe como começa, não sabe como termina. Já vi prefeito estimulando abertura de CPI para desestabilizar a oposição, daí a CPI acaba virando uma arma contra o prefeito. Já vi de tudo em CPI.
Essa CPI dos Respiradores na Alesc, montada para apurar inicialmente a denúncia de irregularidades na compra dos respiradores, está se configurando um balaio de siri. Vai puxando uma coisa, e outra, e outra.
Ontem o depoimento foi do controlador geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira. A controladoria foi uma ferramenta nova criada pelo Governo Moisés para controlar compras. O depoimento do controlador demonstrou que o que o governo não tem é controle. Ele não participa das decisões, é um burocrata sem poder que não controla nada, sofria intimidação do então chefe da Casa Civil, Douglas Borba. O depoimento dele foi uma bomba.
Ele foi super sincero, contou tudo, abriu o jogo. Enrolou muita gente do governo. Chegou ao ponto de dizer que "nós identificamos a questão do roubo, a questão da ilicitude se verificou em 18 de abril". Em seguida, percebendo a gravidade, corrigiu usando "a ilicitude". Daí o deputado João Amin (PP) o aparteou pedindo para reforçar o uso da palavra original. "O senhor falou roubo", e Luiz Felipe realçou, "ilicitude".
Foram sete horas de reunião na CPI. Essa do controlador foi nitroglicerina pura. Está sendo colocada a proposta de chamar o governador para depor. Ele pode definir local e horário onde prestar. Ele pode não ir na Alesc, receber os deputados no Palácio da Agronômica. Isso não está decidido ainda, é uma possibilidade.
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