A semana começou com a liberação dos autônomos e profissionais liberais. O comércio esperava entrar na mesma portaria de Moisés. Mas, não entrou.
Mesmo com o ambiente já tenso, os comerciantes foram aos poucos se acomodando durante o dia, "aceitando" esperar até amanhã. Porque não passava pela cabeça de ninguém que a quarentena fosse ampliada. Mas, foi.
O governador Carlos Moisés surpreendeu mais uma vez. Quando todos os sinais indicavam que ele iria liberar o comércio e os ônibus a partir de amanhã, ele decidiu manter tudo parado. O anúncio foi feito às 18h20 durante entrevista coletiva, e a reação foi imediata. Comerciantes revoltados, ou incrédulos, buscavam confirmação na redação Rádio Som Maior e do 4oito, e nos nossos celulares. "É verdade? É isso mesmo?".
A justificativa para a decisão pode ser sintetizada na reação do secretário Helton Zaferino ao ser indagado a respeito:
"Vocês não estão vendo o mundo?!".
Na mesma linha, seis horas antes, o governador de São Paulo, João Dória, havia anunciado ampliação da quarentena no "estado motor" do país por mais 15 dias.
Só que a quarentena de Dória é mais branda que a de Moisés.
Lá, a indústria opera à carga plena desde o inicio, os profissionais liberais sempre estiveram liberados, os bancos e lotericas também, e transporte coletivo está funcionando.
Fechado mesmo em São Paulo é comércio, bares e restaurantes, e escolas.
A mostrar que Moisés, entre todos os governadores, foi o que mais fechou. E continua sendo, mesmo soltando um pouco.
Ele está seguindo a orientação dos técnicos de sua confiança. Não tomaria a decisão que tomou se não tivesse uma tonelada de argumentos, e teses, pela manutenção da quarentena.
Mas, antes da discussão sobre certo ou errado, é preciso que cobrar do estado um olhar especial para o comércio.
Trata-se de um segmento da economia que trabalha, via de regra, com caixa apertado. Poucos tem folga suficiente para seguir o jogo depois de um mês sem operação, sem vendas.
Se não tiver um apoio efetivo, real, sem jogo de cena, o comércio vai ter uma quebradeira geral. Que vai aumentar o desemprego e produzir efeitos gravíssimos no giro da economia.
O que não pode é simplesmente fechar, e não dar oxigênio para ninguém.