Profetas do bem e do mal, psicólogos consagrados e não, sociólogos de todos os gêneros, papas do mundo empresarial, católicos e ortodoxos, pastores e pecadores, todos, ao seu lugar, afirmam que o momento seguinte à passagem desta praga chamada Coronavirus, será uma catástrofe. No exagero, afirmam que não sobrará pedra sobre pedra.
Evidentemente que cada um possui a sua imaginação e, em cima dela, pronuncia o seu pensamento.
Claro que um novo tempo se avizinha.
Está mais do que claro que muitos fenômenos nos aguardam no pós corona.
A quebradeira poderá não ter a dimensão do que já se imaginou, mas não estamos escapes dela. O medo generalizado é o pior sentimento que poderíamos esposar. O medo! E quem não o temos?
Neste confinamento o que não falta é conjecturar: passada a praga eu farei isso, farei aquilo, melhorarei aqui, ali, não farei mais isso. E, em muitos casos: vou sair desta, vou me reerguer, darei a volta por cima. Tudo, todavia, acompanhado pelo medo. Aqui estão os desempregados, os que desempregaram, os estabelecidos sem condições de pagar seus compromissos, os que estão caindo, os que caíram. Aqui estão os que estão borrados de medo.
O dia seguinte ou o tempo seguinte amedronta. Mas vamos nos lembrar de tuas coisas: a primeira, cair faz parte da aposta do sucesso e só se levanta quem cai. A segunda: não há como voltar atrás, temos que ir em frente. E o levantar depende exclusivamente de nós, não cai do céu. O medo há que dar lugar à coragem, afinal, somos todos inteligentes e capazes.
Osho, o filósofo hindu, na sua composição literária, O RIO E O OCEANO nos diz alto e bom som e esta se transforma numa injeção de ânimo aos medrosos. Ele narra:
Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos
povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo
desaparece.
Porque - apenas então - o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é
renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem! Avance firme e torne-se Oceano!
Com certeza haveremos de nos encontrar nos novos tempos impostos por essa maldita praga que acaba de cingir o ciclo de nossa existência dividindo-o em dois períodos: antes do Covid-19 e depois do Covd-19. Este é o oceano que nos aguarda aí na frente.
Ninguém é tão fraco que não possa proclamar, alto e bom som: eu reagi, eu me reanimei, sacudi o medo, eu venci, estou vivo, meus negócios recomeçaram. Não desapareci na crise, mas me reoxigenei e me tornei mais forte do que antes. Como disse o filósofo da Índia, tornei-me oceano.
E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!