Não há como não perceber. Qualquer inteligência menos privilegiada detecta que o mundo está em ebulição. O Brasil está em ebulição. Ministros erram ou são incompreendidos. O presidente solta a boca por não suportar a pressão. Emissoras de rádio encerram suas atividades e a pandemia continua dando as cartas, mas nada se compara ao que a mídia nos mostrou, com imagens incríveis, de uma ação policial contra um homem americano derrubado e asfixiado pela bota de um policial indo a óbito.
E não adiantam as explicações. Ele era negro. Que diabo, cara?! Porque essa rejeição? Porque essa segregação? Aonde é que vamos parar? O radicalismo político e ideológico, até se explica, mas o racismo?
E não sejamos hipócritas em afirmar que no Brasil é diferente. Não é. Evidentemente que aqui não se mata por causa da cor, mas que há discriminação, não tenhamos dúvida. Isabel, a Princesa Redentora, aboliu a escravidão mas esqueceu da Lei da Liberdade, para dar condições a que os alforrados tivessem igualdade de oportunidade. Em vez de melhorar, piorou.
Ouvi um negro afirmar em entrevista, na hora que íamos abrir a porta do caroneiro, o carro acelerou, ficamos na estrada, na lama, na chuva, sem agasalho. E é assim mundo afora. Em alguns países veladamente, como no Brasil. Mas nos Estados Unidos, vergonhosa e criminosamente como acabamos de presenciar, quando George Floyd foi a óbito sob o coturno de um branco selvagem, para o qual a Justiça não deveria se apenar?
Racismo é vergonhoso. É infame. É desumano. É indecente. É deplorável. É desprezível.
E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo. Bom dia!