Pois então: Um ministro. E um ex-ministro.
Os dois, decanos.
O ministro é Celso Mello, que está se despedindo do Supremo Tribunal Federal com umas atitudes que deixam rubicundos de raiva muitos brasileiros.
O ex-ministro é Sérgio Moro, que foi da Justiça, o primeiro ministério criado nesta fragmentada República. Deixou o governo e contra esse mesmo governo se posiciona diuturnamente.
O decano da Suprema Corte acaba de negar provimento ao que requereram os partidos de oposição a Bolsonaro que queriam a apreensão do telefone celular do mais alto magistrado da República. O inverso, diga-se de passagem, poderia ocasionar estragos imensuráveis à nação.
E aí os brasileiros perguntamos: por que esses partidos, ou quaisquer outras agremiações, não requereram a apreensão dos celulares daquele indivíduo que deu uma facada na barriga do candidato Bolsonaro?
Que ódio capital é esse?
Que força é essa que Bolsonaro possui para ser tão odiado por partidos que não comungam com a sua ideologia?
John Kennedy nos ensinou que, para o exercício da política devamos ser leais amigos e bravos adversários. Tudo no campo das ideias. Sem esse ódio que transborda os limites impostos pela civilização.
Sérgio Moro, o ex-decano da atual administração, por sua vez, abriu a perspectiva de que havia muito de ruim a ser mostrado ao Brasil, no governo que o mantinha no ministério da Justiça, depois da qual eu até comentei: a montanha pariu um rato, haja vista que criou uma enorme expectativa sobre o seu efêmero pronunciamento que se esvaziou tipo balão de enfeite de festa de aniversário de criança.
Aliás, Sérgio Moro está bem nesta comparação: um balão de festa infantil, que se soltou e esvazia fazendo barulho mas sem fazer estrago. E as entrelinhas do noticiário asseguram que vem coisa grossa por aí, contra ele.
Aí, agora, o decano Moro, quer trabalhar, na área da advocacia. Mas foi impedido por uma lei que determina que ex-ministros permaneçam em quarentena, desempregados, durante o período de seis meses. Só que, com salário de ministro, pago pelo tesouro nacional - e isto eu não conhecia.
Dois decanos, duas histórias, duas vidas públicas que calçam pantufas e vestem pijamas.
Dois epílogos desbotados.
O do Supremo, vivendo seus derradeiros momentos na magna Corte espargindo sentenças dele nunca esperadas, clara e obstinadamente se posicionando contra a pessoa do atual presidente.
E o da Justiça, indo embora, descoloridamente, atraindo o sentimento de decepção por parte de grande parcela da população brasileira que o tinha acima de qualquer suspeita.
A que ponto chegamos!
Pobre e combalida República!
E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!