"O câmbio foi feito por Deus para humilhar os economistas. Ninguém sabe para onde vai."
(atribuída a Edmar Bacha, economista)
O dólar fechou o dia de ontem negociado a R$ 5,91, menor cotação de fechamento em relação ao Real desde novembro do ano passado, tendo beliscado os R$ 6,30 nesse meio tempo.
Então a grande pergunta dos últimos dias é a seguinte: Por que o dólar caiu?
Entre os motivos que explicam esse movimento recente da moeda americana está a perspectiva de melhora das principais economias do mundo, que promete início de redução de juros nesses países.
Com a redução dos juros por lá, os juros daqui ficam mais atraentes, o que incentiva o chamado Carry Trade, que é quando se pega dinheiro emprestado a juros baixos em uma moeda para investir em outra recebendo juros altos.
Esse tipo de movimento se torna mais atraente com a quase promessa do Banco Central do Brasil de mais um aumento de 1% na Selic na reunião do Copom que encerra nesta quarta-feira (29).
Outro fator que impacta positivamente na relação do real com o dólar é a desvalorização da moeda americana em relação a outras moedas mundiais, principalmente pelos primeiros movimentos de Trump na Casa Branca, anunciando novas taxas de importação para produtos de países como México, Canadá e, até ontem, Colômbia, causando certo desconforto internacional.
Por fim, além dos juros, as ações brasileiras também têm se mostrado atraentes ao capital estrangeiro, com empresas sólidas apresentando resultados cada vez melhores enquanto acompanham a cotação de seus papéis caindo na B3. Não é a toa que vimos, junto à valorização da nossa moeda, o Ibovespa encerrando a segunda-feira a 124.861 pontos, melhor fechamento desde 12 de dezembro do ano passado.
Agora, se o dólar vai subir ou descer, se (e por quanto tempo) vai ficar abaixo de R$ 6,00, ninguém sabe ao certo. Quem dia que sabe, está mentindo.