Cheguei aos 69 anos sem muita consciência de que se passaram tanto tempo. E fiz um balanço de tudo oque vivi até aqui, alegrias e tristezas.
Confesso que não é nada bom remexer em certas coisas, mais necessário para fazer mudanças e seguir. Aos 69 anos continuo fiel aos meus princípios e vivo do jeito que escolhi viver. Sou direta, objetiva e me dou muito mal por isto, a sinceridade é uma arma perigosa.
Continuo dizendo o que penso, apesar de alguns achar que não devo. Hoje eu sei que se fosse meiga e sonsa teria a metade dos meus problemas. Continuo sendo impulsiva e indo no meu limite máximo. Continuo fiel aos meus amigos e não faço questão de estar com pessoas que não me fazem bem.
Prefiro sempre a verdade e a mentira, mesmo que isto possa doer muito. Já pensei que fosse morrer de saudades, já perdi alguém especial, mas sobrevivi.
Este ano percebi que fiquei mais triste. (Isto não é bom). E mais solitária também. Jamais imaginei que fosse gostar da solidão. Continuo dando uma importância enorme às minhas desilusões.
Já não sou quem eu era, e nem voltarei a ser quem fui, e a vida segue com todas as surpresas que não se explica. Não acho que está seja a melhor idade, mas posso ter bons momentos com esta idade.
Me faltam as curvas, mas me sobram coisas bem mais valiosas. Não tenho extensão de cílios, nem alongamento de unhas, não vi a série premiada da Netflix ou do Prime, não li o livro Café com Deus e não jogo Beach Tênis.
Será que estou vivendo direito estes novos tempos???