Nos anos 40/50 era assim; mas tudo mudou

Roupas coloridas, cabelos compridos de meninas e de meninos.
Símbolo de V nos colares, era tempo de paz e amor.
De dançar juntinho, voltar a pé para casa, cansados com os sapatos na mão.
Encher o quarto de foto de artista, todas as meninas tinham um caderno de perguntas e respostas.
Andar de ônibus e sentar no último banco só para se divertir quando pulava.
Falavam que o mundo ia acabar, mas não acabou, o que acabou foi a irreverência sem maldade, a rebeldia sadia.
Naquele tempo não sabíamos de corrupção, mensalão, aquecimento global, URV, e tantas outras coisas.
Tínhamos mais que amigos, tínhamos confidentes.
Os pais só sustentavam os filhos até eles terem um emprego.
Nossas avós eram velhinhas, hoje as avós são uns mulherões.
Foi nesta época que chegou a televisão, o chuveiro elétrico, o anticoncepcional e a tecnologia.
Tudo mudou.
Com a pílula, a mulher teve os filhos que quis, acho que ela sempre quis pouco.
Hoje é fácil a separação, difícil é pagar a pensão.
Hoje temos mães adolescentes, com muitos filhos e muitos pais.
Naquela época palhaço era o Carequinha, hoje, com a internet, se vê tantos palhaços.
Naquele tempo não se ouvia falar em ladrão, hoje eles estão por toda parte, do chinelo de dedo ao terno Ricardo Almeida.
Naquele tempo a gente fazia experiência com feijão na escola, hoje se faz em voo espacial.
Naquele tempo movimento social era reunião dançante.
Quadrilha era só dança junina.
Acho que as pessoas com mais de 60 estão atordoadas, mas seguem.
Naquele tempo as pessoas tinham vergonha, hoje ninguém sabe o que é vergonha.
Muita mudança, para o bem e para o mal.
Cada vez mais tenho usado uma frase da música de Silvio Brito:
“Para o mundo que eu quero descer”.