Em julho de 1983 o Grêmio foi a La Plata enfrentar o Estudiantes pela Libertadores, uma partida decisiva que encaminharia o vencedor para a disputa final do torneio. O jogo terminou empatado e o Grêmio para se classificar ficou na dependência do América de Cali não ser derrotado pelo time argentino no último jogo da chave.
Era muito ruim a relação Brasil-Argentina, pois no final de junho alguns aviões ingleses que se dirigiam às Ilhas Falkland foram abastecidos em Canoas e Florianópolis reavivando os boatos que o Brasil deu apoio aos aviões britânicos durante a Guerra das Malvinas um ano antes.
Este conflito diplomático e a má reputação dos Estudiantes pelo anti-jogo que promovia em seus domínios criou um ambiente hostil para a delegação gremista, inclusive para jornalistas e torcedores que se deslocaram para o local da partida.
De acordo com o esperado o Grêmio foi recebido com extrema violência pelos torcedores e pelos próprios jogadores do Estudiantes que provocaram os gremistas ao extremo bem antes do jogo começar. O atacante argentino Trobbiani recebeu cartão amarelo antes do jogo começar.
Com a bola rolando dois jogadores argentinos foram expulsos, mas mesmo com nove jogadores o Estudiantes fez 1x0 aos 38 e aos 44 o meia Osvaldo empatou.
O atacante gremista Caio sofreu uma pancada violenta quando se dirigia ao vestiário e teve que ser substituído por César que marcou o segundo gol aos oito minutos e aos 18 Renato Gaúcho fez 3x1.
O Estudiantes teve mais dois expulsos e mesmo assim com apenas sete jogadores conseguiu empatar em 3x3 acalmando a fúria de todos no estádio em La Plata.
Diz a lenda que a pressão de todos os brasileiros no local do jogo, além da própria polícia obrigou o técnico Valdir Espinosa ordenar que seu time permitisse o empate.
O jogo ficou conhecido como a “Batalha de La Plata”.
O América de Cali segurou o empate com o Estudiantes e este resultado classificou o Grêmio que se tornaria campeão da Libertadores de 1983 no confronto contra o Peñarol.