Thiago Ávila *
Nesta quarta-feira (10) foi anunciada a criação da W Series, a categoria automotiva exclusivamente feminina. A ideia veio da britânica Catherine Bond Muir, fã do esporte, e também uma mãozinha de Carmen Jordá, que desde que assumiu a posição de membro da comissão das mulheres da FIA vem sugerindo a ideia de criar uma categoria exclusiva. Mas e aí: será que funciona?
Desde o início do esporte à motor, mulheres e homens podiam (e ainda podem) competir juntos, por não haver diferenças biológicas que comprometam a competitividade. Porém, a argumentação que Jordá tinha era que as mulheres em competições de alto nível não chegam nem a um 15º lugar e também via as oportunidades femininas se fechando nas grandes categorias. Bastava uma mexida no palito de fósforo para ela abraçar a causa e falar que "estamos no caminho certo", segregar o esporte.
Carmen Jordá não é o melhor nome para defender as mulheres no quesito competitividade. Sempre conquistou resultados bem abaixo em categorias de acesso e o máximo que conseguiu foi ser piloto de testes da Lotus.
Mas, falando da iniciativa, isso ajuda mesmo as mulheres? Primeiro pensamos o seguinte: nada (absolutamente nada) vai mudar a respeito de homens e mulheres em outras categorias, todas ainda vão poder competir e quem já tem espaço, como a Bia Figueiredo na Stock Car e a Pippa Mann na Indy, vão continuar lá. Ou seja, não será uma divisão, mas sim uma categoria extra para mulheres que, digamos... tem o mesmo perfil de Jordá.
Em compensação “as pilotos” teriam mais visibilidade correndo com homens, como futebol nas Olimpíadas, quando os olhos dos espectadores se abrem mais para as mulheres.
Porém, segundo a idealizadora da competição, a W Series tem como objetivo aumentar o número de mulheres pilotos e promove-las à F1, se caracterizando como um campeonato de Formula 3.
Bom, em relação a tudo isso, acredito que seja uma boa iniciativa, afinal, quanto mais categorias, mais corridas para se assistir. Mas, falando em representatividade, talvez segregue mais o esporte.
* Thiago Ávila, Estudante de Jornalismo da PUCRS