Um gigante adormecido. Essa é uma definição que pode traduzir o sentimento sobre o Criciúma Esporte Clubes nos dias atuais. São cinco anos sem título e quatro temporadas longe da elite nacional. Pois o maior clube do Sul de Santa Catarina está completando 70 anos neste domingo, mas sem muitos motivos para comemorar. A atual campanha na Série B, inclusive, esfriou qualquer tipo de ação do clube. Mas com a chegada de mais um dia 13 de maio, o torcedor mais saudosista vai lembrar do título do Comerciário de 1968, numa época onde havia uma rivalidade local. Os times da Liga Atlética da Região Mineira (Larm) ainda brigavam pelas competições da região carbonífera. Exatamente 10 anos depois da conquista do considerado time do centro da cidade, e de um enfraquecimento dos demais clubes da região, veio a troca de nome para Criciúma.
Resistência
Mesmo com o novo nome, o Criciúma ainda não conseguia se firmar como unanimidade no município. O motivo estava relacionado a conservação das cores do Comerciário. Foi aí então que começou uma campanha para trocar também as cores da camisa. Muita polêmica foi gerada. Alguns opinavam por uma mistura das cores de todas as equipes que a cidade já teve. Outros queriam as cores da bandeira do município.
Finalmente a troca
Depois de muitas reuniões entre a diretoria da época, foi decidido que as novas cores seriam o amarelo, preto e branco. O amarelo demonstraria a riqueza da região. O preto simbolizaria o carão. E o branco lembraria os demais clubes que a cidade já teve. A estreia com a camisa aconteceu no dia em que o clube completou 37 anos, em 13 de maio de 1984, em jogo pelo Campeonato Catarinense. Contra o Joinville, no Heriberto Hülse, o Criciúma arrancou um empate em 2 a 2, após sair perdendo por 2 a 0.
Arrancada
Um ano depois de estrear a camisa tricolor, o Criciúma fez a pior campanha no Campeonato Catarinense e teve que lutar contra o rebaixamento na edição de 1985. O Tigre disputou o hexagonal da morte e correu o risco de cair para a segunda divisão de Santa Catarina. Mesmo assim, naquele ano o Tigre teve o artilheiro da competição. Jorge Veras foi o maior goleador do evento com 17 gols. Em 1986, o Tricolor conquistou o título estadual, após o Comerciário ter levantado a taça 18 anos antes. No ano seguinte foi oitavo colocado na Copa União, uma espécie de Campeonato Brasileiro da época. O terceiro título estadual veio em 1989. Nos dois anos seguintes mais dois títulos: 1990 e 1991.
Maior título da história
O quinto lugar na Taça Libertadores de América 1992 foi inédito, mas a maior conquista do Criciúma veio uma temporada antes. Em 1991, sob o comando do técnico Luiz Felipe Scolari, o Tigre fez uma campanha impecável com seis vitórias e quatro empates, sendo campeão invicto da Copa do Brasil. Mas para o capitão daquele time, Antônio Luis Sartoretto, o Capitão Itá, o melhor técnico da história do clube não foi Scolari. “Nossa base foi muito bem montada por Levir Culpi ainda em 1986. Ele foi o grande responsável por formar aquele grupo campeão”. A opinião é compartilhada pelo lateral-direito da época e hoje também comentarista da rádio Som Maior, Idemar Angelo Tomasi, o Sarandi. “Tivemos um amadurecimento com o Levir. Foi o técnico com o maior leque de estratégias que passou Heriberto Hülse”, disse.
CAMPANHA DA LIBERTADORES 1992
Primeira fase
CRICIÚMA 3x0 São Paulo
San José de Oruro-BOL 1x2 CRICIÚMA
Bolívar-BOL 1x1 CRICIÚMA
São Paulo 4x0 CRICIÚMA
CRICIÚMA 5x0 San José de Oruro
CRICIÚMA 2x1 Bolívar
Oitavas-de-final
Sporting Cristal-PER 1x2 CRICIÚMA
CRICIÚMA 3X2 Sporting Cristal-PER
Quartas-de-final
São Paulo 1x0 CRICIÚMA
CRICIÚMA 1X1 São Paulo