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A agonia de quem transporta estudantes

Com as aulas suspensas, transportadores vão ao prefeito pedir soluções. Eles querem participar do debate sobre volta às aulas

Denis Luciano / Heitor Araújo Criciúma, SC, 17/04/2020 - 10:42 Atualizado em 17/04/2020 - 10:45
Fotos: Heitor Araújo / 4oito
Fotos: Heitor Araújo / 4oito

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As aulas seguem suspensas na rede municipal de ensino. O mesmo vale, em tempos de pandemia de Covid-19, para as escolas estaduais e a rede de ensino privado. Com isso, há uma cadeia de trabalhadores em dificuldades. Entre eles, os transportadores de estudantes. São muitos que, por conta própria ou via empresas, buscam e levam alunos. Vivem disso. E agora, sem as aulas, eles não recebem dos contratadores, os pais. 

Foi em busca de alguma solução, atrás de algum horizonte, que vários desses empresários foram até o Paço Municipal na manhã desta sexta-feira, 17. O que começou como um protesto no estacionamento migrou para uma conversa no Salão Ouro Negro, com o prefeito Clésio Salvaro e com a procuradora do município, Ana Cristian Youssef.

Transportadores com a procuradora no Paço

"Queremos que o governo municipal dê alguma sinalização positiva para que consigamos negociar com os pais", informou o presidente da Associação de Transporte Escolar de Criciúma e Região, Jutair de Moraes. Ele calcula que, somente em Criciúma, são cerca de 120 transportadores escolares. "Temos que pagar alvarás, somos obrigados a seguir regras, a ter as vistorias e o carro em dia. Isso tudo tem custo", acentuou. "Entramos em contato com nossos associados para fazer essa reunião junto às autoridades para sermos incluídos nessas negociações sobre reinício de aulas, quando vão recomeçar. Estamos tendo problemas com os pais no transporte escolar. O transporte escolar parou", reforçou.

Volta às aulas

O presidente foi buscar, junto com outros transportadores, uma informação mais precisa sobre volta às aulas para, então, ter condições de planejar alguma forma de negociação com os pais dos alunos, para tentar receber ao menos parte do transporte já contratado para os estudantes. "Tivemos essa conversa com o prefeito. O município, sim, vai repor as aulas. Nós pedimos para o prefeito, nas lives que ele fez, para ele incluir também reposição das aulas para o pessoal todo, isso nos ajuda pois estamos tendo problemas. Temos contrato de prestação de serviço, como o serviço não está sendo feito os pais alegam que só vão pagar quando começar as aulas. Temos as nossas despesas, muitos dos nossos colegas fizeram financiamento de carro, estão pagando, os bancos não dão desconto, não estão deixando de pagar, vai ficar muita gente inadimplente", detalhou.

Empresários pedem alguma renegociação em relação a impostos e taxas

Já há algumas renegociações em curso. "Estamos tendo muitos problemas na renegociação com os pais, para pagar o mínimo possível. Alguns estão dando 50% de desconto, 30%, mas está muito difícil para a categoria", afirmou. Jutair estima que a inadimplência já esteja em torno de 50%, para mais. E estão havendo demissões no setor. "Sim, demissões. Muitas empresas que fazem o transporte escolar não tem um carro só, tem dois ou três com funcionários, motoristas, e também o município exige que nós, transportadores, tenhamos monitoras. Elas também vão perder o emprego, não temos condições de mante-las paradas e pagando salário. É exigência do município ter monitora, se a gente não tiver, eles cobram da gente, e fiscalizam e aplicam multas", sublinhou.

Lista de reivindicações

Ficou acordado, da conversa com o prefeito, que os empresários farão uma lista das suas reivindicações. De antemão, eles já anteciparam que baterão na tecla da necessidade de reposição de aulas, para haver garantia de trabalho futuro aos transportadores, e a renegociação, ou até suspensão, da cobrança de taxas e alvarás. "O prefeito vai ver com a procuradoria do município a possibilidade de criar um alvará, através de lei, para poder nos dar uma resposta para que nós consigamos pelo menos arrecadar alguma coisa para pagar as nossas despesas. Pagar funcionários, pagar impostos que estão batendo à porta, o prefeito ficou de nos dar uma resposta", frisou o presidente. 

Manhã com várias vans no estacionamento da prefeitura em Criciúma

A rede municipal de ensino já tem um planejamento de reposição de aulas. O cumprimento dele depende da extensão dos decretos de isolamento social assinados pelo governador Carlos Moisés.

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Ouça detalhes no podcast:

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