Na normalidade, bastante gente tem na Feira Livre Municipal um ponto de encontro em Criciúma. Agora, sob os efeitos dos decretos que limitam a circulação e o comércio por conta do coronavírus, a situação é bem diferente. O público no local está bem reduzido na manhã desta sexta-feira, 20, na Rua São José. Há diversas bancas que nem abriram, como a peixaria e a lanchonete, bem como alguns feirantes que optaram por respeitar a quarentena.
"É obrigatório comprar, precisamos comer. Buscar as coisas essenciais. Estamos respeitando as recomendações da OMS, nossa empresa está parada, nossos funcionários estão em casa", contou o empresário Zalmir Casagrande, que estava na feira logo cedo. Ele é, também, presidente do Asilo São Vicente de Paulo. "Viemos agora pois tem menos gente, vamos usar o álcool gel", comentou. "Vim comprar algumas verduras e frutas, o fluxo aqui é menor que nos supermercados", referiu.
A feirante Neusa, 47 anos, reconheceu que ela e seus colegas estão trabalhando apreensivos. "A gente fica apreensivo, mas fazer o que né, aqui é mais tranquilo, o povo está mais devagar. A preocupação maior é nos mercados", observou. Ela destacou que houve dúvidas sobre o fechamento da feira. "Ficamos em dúvida por causa do fechamento do comércio e do transporte", comentou. "Mas está devagar mas o povo está sendo bem cauteloso", emendou.
Neusa está usando luvas, tomando suas precauções. "Usando luvas, colocamos álcool gel para os clientes, e tendo cuidado na aproximação", relatou. A redução da clientela é substancial. "Sim, bastante, por causa do transporte e o povo está consciente", confirmou. Ela e seus colegas de Feira Livre Municipal plantam e também revendem produtos. "Plantamos os verdes e o resto a gente busca no Ceasa, por enquanto tudo normal", referiu.
Quando a reportagem do 4oito esteve no local, por volta das 8h, havia cerca de 15 clientes em compras. "Falamos com a diretoria de Agricultura e o prefeito que recomendaram que a feira fosse aberta. Temos a opção de feirantes que acharam bom não vir, mas no geral a maioria está aberta", sublinhou o presidente da Feira Livre, Carlos Alberto Martins. "Nossa lanchonete não abriu, conforme diz a lei. A peixaria, por exemplo, está fechada, mas o açougue está normal", apontou.
A feira continuará operando normalmente, também aos sábados e terças, das 5 às 12h. "A gente notou uma perda dos nossos clientes. Muitos têm restaurantes e como o comércio está fechado, perdemos mais de 50% do consumo dentro da feira", constatou o presidente. "Quanto à quantidade o nosso cliente sabe que não tem necessidade de levar muito. Não estamos criando limitação, não tem regra quanto a isso", complementou Carlos.