Advogado dá dicas de como ter um contrato bem sucedido

O período de crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus trouxe sérios problemas tanto para os credores quanto para os devedores. Os empasses, no entanto, podem e devem ser resolvidos com uma conversa e uma definição de interesses objetiva, assim como afirma o advogado mestre em direito pela universidade de Harvard, Emanuel Pessoa. 

“Não importa o tamanho da sua negociação, a principal dica para todo mundo é fazer o seu credor entender claramente que é interesse dele que você sobreviva financeiramente. Porque se o seu credor não aceitar negociar com você, você não vai conseguir pagá-lo, então é muito melhor para ele renegociar e receber do que ser duro e não receber nada”, comentou.

O advogado elenca ainda alguns comportamentos, conhecidos pelo método Harvard de negociação, que facilitam qualquer processo contratual. O primeiro deles é o alinhamento de interesses. “Identifique os interesses envolvidos numa negociação e os alinhe. É como o caso dos irmãos que brigaram por uma laranja. O maior fica com a fruta e quando termina de comer joga a casca fora, enquanto o menor só queria a casca. É questão de conversa”, pontuou.

Outra dica essencial apresentada pelo advogado é a presença de opções na hora da definição de um contrato. Por mais que muitos achem que as opções acabam confundindo 
as pessoas, essas só abrem um leque maior de possibilidades de correr tudo certo, ao invés de precisar pressionar sob uma condição que não agrada um dos lados da negociação.

Ter um bom relacionamento com a outra parte do contrato, a ponto de ser de boa vontade ajudar esta em algum momento, é outra dica importante, assim como a presença de alternativas. “Quando você se muda de cidade, se não pesquisar imóveis vai alugar o primeiro apartamento que viu pela frente, por mais que este seja caro e mal localizado. Quando se tem alternativas você se sente empoderado para dizer não, é capaz de dizer não para as ofertas comuns oferecidas”, destacou.

Por último, a comunicação e a clareza dos objetivos e razões do contrato, a ponto de consolidar, desde o início de um aperto de mãos, que a intenção é aquela para ambos os lados.