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Afinal de contas, a carne de cavalo pode ser consumida por humanos?

Especialista da Cidasc fala do assunto ao 4oito

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 21/09/2021 - 16:27 Atualizado em 21/09/2021 - 17:48
Em Morro da Fumaça, quadrilha comercializava carne de cavalo. Foto:Divulgação
Em Morro da Fumaça, quadrilha comercializava carne de cavalo. Foto:Divulgação

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Na semana passada, uma operação policial, que contou com o apoio da Cidasc, desmantelou, em Morro da Fumaça, uma quadrilha que, entre outras coisas, comercializava carne de cavalo para o consumo humano.

Diante das informações, uma dúvida surgiu na cabeça de muitas pessoas: a carne de cavalo pode ser consumida pelas pessoas?

A médica veterinária da Cidasc, Carla Zoche, que, inclusive, participou da operação, afirma que sim. O ser humano pode se alimentar deste tipo de carne. Mas o que aconteceu em Morro da Fumaça, então? “Carne de Equídeos (equino, mula e assino) pode ser consumida pelo ser humano, mas para isso precisam atender critérios de higiene e saúde. Animais saudáveis, abatidos sob inspeção veterinária podem ser consumidos sem prejuízo à saúde humana, inclusive tem propriedades nutricionais específicas como as demais carnes de animais de açougue”, salienta.

A profissional lembra ainda que o Brasil tem frigoríficos habilitados para abate de equídeos, grupo onde o cavalo está incluído, porém por uma questão de aceitação de mercado e cultura, o destino não é o mercado interno e sim a exportação. “O comércio de produtos de origem animal sem inspeção sanitária pode configurar, em tese, crime contra relação de consumo, previsto na lei 8.137/90. Já a legislação que condiciona o comércio de produtos de origem animal a prévia inspeção sanitária é a lei federal 1283/50”, diz.

Em Morro da Fumaça, a carne de cavalo era vendida como carne bovina e a Polícia investiga quem seriam os compradores.

Riscos à saúde

Carla também alerta para os riscos de consumir produtos de origem animal sem inspeção. “Vai desde uma gastroenterite até doenças crônicas e/ou agudas graves, como botulismo. No caso de carnes, existem várias doenças que podem ser adquiridas pelo consumo, quando essas não estão inspecionadas e bem conservadas. Por exemplo, cisticercose, salmoneloses, toxoplasmose, intoxicações e toxinfecções alimentares. No frigorífico os animais a serem abatidos são examinados (exame clínico, verificação do histórico do animal e da documentação sanitária) animais saudáveis são abatidos e as vísceras e carcaças inspecionados na linha. Caso no ante mortem o veterinário identifique algum animal doente ou suspeito o abate acontece em separado e o destino dependerá do julgamento do médico veterinário, para garantir a segurança do alimentar (liberação, condenação parcial ou condenação total)”, enfatiza a médica veterinária.

Outro fato que Carla cita é que todos os animais abatidos sob inspeção são analisados durante a linha de abate e, após liberados pela inspeção, são destinados ao resfriamento. “Somente após o resfriamento que “o músculo vira carne” e então é manipulada. A legislação dita critérios específicos para os produtos, que devem ser claros e estar disponíveis para o consumidor através do rótulo. Assim pode-se verificar e fiscalizar se o que se vende trata-se mesmo do que se entrega”, pontua.
 

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