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Aloísio, o ex-Boi Bandido, desconversa sobre defender a China

Atacante que passou por Figueirense e São Paulo, tem nome cogitado para jogar pela seleção chinesa

Por Heitor Araujo Meizhou - CHN, 21/08/2019 - 16:09 Atualizado em 21/08/2019 - 18:28
Foto: Habei China Fortune / Divulgação
Foto: Habei China Fortune / Divulgação

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De Boi Bandido a Boi Selvagem. Já são seis temporadas no futebol chinês e a adaptação não parece ser um problema para o atacante Aloísio, natural de Araranguá. Com passagens marcantes por Chapecoense, Figueirense e São Paulo, o Boi Bandido não demonstra interesse em retornar ao futebol brasileiro, pelo menos não num futuro próximo, e é cotado para defender a seleção chinesa. No entanto, o atacante desconversa sobre a naturalização e afirma estar na torcida para que o time comandado pelo italiano Marcelo Lippi esteja no mundial do Catar em 2022.

Atualmente no Guangdong South China, da cidade de Meizhou, sul do país, Aloísio está em seu terceiro clube no país asiático. Chegou à China para defender o Shandong Luneng e depois transferiu-se ao Hebei China Fortune. Focado na carreira e satisfeito com o momento vivido, o atacante conversou com a reportagem da Rádio Som Maior; falou sobre a ascensão na carreira, chegada ao futebol chinês e atrasos de salários no Figueirense.

O Boi Selvagem

Mesmo sem falar o idioma, Aloísio não demonstra nenhum arrependimento de ter se transferido para o futebol chinês. Ao contrário de muitos jogadores brasileiros, que vão ao exterior e retornam poucas temporadas depois.

“O começo é sempre difícil. Uma cultura diferente, um país diferente. Mas é um país muito bom, que te abre oportunidades dentro e fora do futebol. Eu tinha um pensamento de voltar para o Brasil, mas me ofereceram três anos de contrato e eu decidi ficar mais alguns anos, mas ainda não decidi quanto”, afirma Aloísio. “Aqui não pegou esse apelido, muito legal que me deram no Brasil, de Boi Bandido. Quando descobriram, começaram a me chamar de Boi Selvagem”, diverte-se.

E a seleção

Desde que Pequim foi escolhida sede das Olimpíadas de 2008, a China trabalha para ser uma referência esportiva mundial. O futebol, é claro, não poderia ser deixado de lado. O país disputou apenas uma Copa do Mundo, em 2002. Nos últimos anos, com alto investimento, os clubes chineses contrataram jogadores importantes do cenário mundial. A ideia dos estrangeiros ampliarem o alcance do futebol chinês parece ter chegado à seleção.

Comandada pelo italiano Marcelo Lippi, campeão mundial com a Itália em 2006, a estratégia chinesa é a naturalização de jogadores. Aloísio foi um dos nomes cogitados; o atacante Elkeson, ex-Botafogo, teve a convocação anunciada por Lippi nesta semana.

No entanto, Aloísio desconversa se defenderá as cores chinesas na eliminatória asiática. “O pessoal fala bastante sobre essa naturalização de jogadores. A gente vai torcer bastante por eles, é um país que nos trata muito bem e eu tenho um carinho muito grande. Fico na torcida para que eles joguem o mundial e façam uma boa competição”, limitou-se a dizer.

Crise no Figueirense

“Eles tão me devendo desde 2012. Eu e meus advogados estamos acompanhando e esperando eles me pagaram o que me devem desde aquela época”, relembra Aloísio. O atacante não esconde o carinho com o alvinegro catarinense, onde fez 18 gols em 53 partidas, mas lamenta o momento administrativo do clube, que vem com problemas já há alguns anos.

“Os jogadores não tem culpa de nada, quem tem culpa são os diretores, dirigentes, pessoas que estão à frente do clube. Elas deveriam repensar o modo de agir, como profissionais. Colocar a mão na consciência e sair do clube, deixar alguém que entenda de futebol ou saiba gerir um clube”, dispara Aloísio, ao comentar sobre a recusa do elenco do Figueirense em entrar em campo na última terça-feira, contra o Cuiabá.

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