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"Apagão grave", diz delegado-geral sobre falta de efetivo na região de Criciúma

Representantes de órgão de segurança falaram sobre o aumento na incidência de crimes

Por Geórgia Gava Criciúma, SC, 24/01/2023 - 09:57 Atualizado em 24/01/2023 - 10:48
Foto: Arquivo/ 4oito
Foto: Arquivo/ 4oito

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A criminalidade segue em ascensão e traz preocupação às autoridades de segurança de Criciúma e região. Na segunda-feira (23), um caso de sequestro e roubo acendeu, novamente, o alerta. O assunto tem sido tratado com frequência e, diante disso, a Rádio Som Maior promoveu uma mesa redonda com o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel; o comandante do 9° Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Criciúma, Mário Luiz da Silva, além do coordenador do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), Fred Gomes

"Em 2021 e 2022, nós tivemos um decréscimo muito grande da Polícia Civil de Santa Catarina na região de Criciúma. Proporcionalmente falando, o déficit é superior às demais regiões, em especial a Araranguá, Tubarão e também Laguna. Então, nós temos praticamente um efetivo igual o de Tubarão, só que a população acaba sendo o dobro", afirma o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel. 

"Por determinação do governador Jorginho Mello, que recebeu demandas, em especial, dos deputados Daniel Freitas (PL) e Júlia Zanatta (PL), com a questão envolvendo a cidade de Criciúma e região com relação ao número de ocorrências. Nós estamos fazendo uma gestão de forma imediata para tirarmos policiais que estão em serviços burocráticos e designarmos para atuar de forma definitiva", acrescenta o delegado-geral. 

Dois delegados foram designados para Criciúma

A primeira ação emergencial anunciada foi a designação de dois delegados para atuarem diretamente em Criciúma. "Eu, particularmente, não sou um adepto de envio de policiais de forma temporária, porque via de regra, eles não conhecem a região e isso também prejudica, porque eles acabam indo semanalmente e, muitas vezes, são equipes diferenciadas e não agrega em muito no trabalho", enfatiza Gabriel. 

"A medida faz com que o nosso efetivo, que chegou a ter 17 delegados e passou para 12 no ano de 2022, possa ter uma agregação de mais dois profissionais. Há cidades da região sem delegados. Então, o primeiro ponto foi uma ação emergencial e imediata. Também estamos encaminhando dois concursos públicos, um em fase mais adiantada, para delegados e psicólogos policiais, e, outro, para agentes de escrivães", pontua o delegado-geral. 

As principais ações estão voltadas ao aumento e remanejamento do efetivo. "Outro ponto encaminhado é a criação de um Projeto de Lei para contratação de agentes temporários, porque, com isso, nós provocamos essas pessoas no atendimento e registro de ocorrências e podemos deslocar os policiais civis para atuarem na atividade fim, que é investigação", enfatiza Gabriel. 

Sem concurso para delegados há oito anos

Sem concurso público para delegados em Santa Catarina há oito anos, Ulisses Gabriel afirma que isso causou um "apagão grave". Por exemplo, na questão de roubos, a equipe que atua na Divisão de Investigação Criminal (DIC), coordenada por Yuri Miqueluzzi, está "extremamente reduzida". 

"Nós fizemos uma articulação com a Diretoria Estadual de Investigação Criminal (DEIC) e a Diretoria de Inteligência, que consiste no seguinte: nós pegamos as cidades de Santa Catarina que mais têm ocorrências violentas, seja de homicídio ou de latrocínio. Esses municípios passarão a ter uma atuação constante de, pelo menos, 90 dias", ressalta. 

Segundo Gabriel, cerca de 80% dos municípios catarinenses não registra crimes violentos. "Eles acabam se concentrando em um menor número de cidades, que são um pouco maiores. O objetivo é trabalharmos junto com a Polícia Militar, enquanto uma age no preventivo, a outra no repressivo", finaliza o delegado-geral. 

Segurança em Criciúma

Para o comandante da 9° Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Criciúma, tenente-coronel Mário Luiz da Silva, é importante que a população tenha em mente que Criciúma é uma cidade segura. "E Santa Catarina é um dos estados mais seguros do Brasil. No tocando a crimes violentos, nós temos índices de cidades europeias, de primeiro mundo. Nós encerramos 2022 com sete homicídios. Neste sentido, quando o gráfico destoa, isso salta aos olhos", frisa. 

"Não estou aqui justificar o crime. Ele jamais será justificável. Mas, pelo fato de sermos o estado mais seguro do Brasil, isso comprovadamente, e a região ter uma boa segurança, qualquer distorção salta aos olhos", comenta Silva. "Nós estamos vindo de uma passado legislativo muito flexível no tocante à legislação penal. Isso não é de 2023, nem do ano passado. Nós optamos, enquanto sociedade, por termos uma política desercarceradora. Isso não é de agora", completa o comandante. 

O tenente-coronel comenta que deu início a uma operação para restabelecer a segurança na comunidade. "Trabalhamos com duas frentes de atuação: nas áreas que sabidamente são envolvidas pelo crime, onde o criminoso reside ou onde esconde seus bens; e nas áreas comerciais, onde circulam as pessoas, nós intensificamos a presença da Polícia Militar", conclui. 

Fred Gomes, que assumiu neste ano a gestão do Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Criciúma (GGIM), relata que em virtude da situação envolvendo os últimos crimes, uma reunião extraordinária foi convocada e teve a participação de todos os órgãos de segurança de Criciúma. 

"Vamos batalhar por essa questão do efetivo. Nós vamos fazer uma convocação para os deputados da região estarem juntos na próxima reunião da GGIM. Nada melhor do que trazer os números", detalha. 

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