As bananas milionárias

Mercado forte em Criciúma, a venda de bananas movimenta, anualmente, mais de R$ 16 milhões em vendas diretas locais. Para alcançar o bom rendimento, as 105 famílias produtoras do município possuem dois importantes aliados: o clima tropical e a boa qualidade do solo das propriedades rurais criciumenses. 

Os oito hectares cultivados pelo bananicultor Luiz Niquele representam apenas 1% dos mais de 800 hectares de plantação de banana presentes no município. Ainda assim, Niquele insere mensalmente, durante o verão, quase 1,8 tonelada da fruta no mercado local. “Temos uma alta competitividade aqui na região, mas as vendas são amplas e dá para um pequeno agricultor tirar seu sustento, mesmo com algumas baixas eventuais nos preços”, complementou o produtor rural. 

Estratégia e resultados

Entre os meses de dezembro e fevereiro, Niquele colhe de 700 a 800 caixas de banana prata catarina a cada 30 dias. “Respeitamos esse intervalo de tempo para permitir a rotatividade dos cachos, além de possibilitar menor agressão ao bananal enquanto a qualidade do produto sobe”, explicou. Esses fatores auxiliam os pequenos produtores a enfrentar os valores de venda reduzidos e de produção encarecida durante os meses de produção elevada ou baixa qualidade dos produtos. 

Dificuldades produtivas

Uma das condições que podem influenciar na qualidade final da fruta é o Mal do Panamá. A doença, causada pelo fungo Fusarium Oxysporum, pode ocasionar perdas de produção entre 20% e 100%, dependendo da variação atingida. Para controlar os danos, Niquele utiliza quantidades controladas de adubação química. “É aplicado apenas o suficiente para impedir o fungo de se instalar. Se tem muito componente químico, as chances de que a doença apareça são mais altas”, explica o bananicultor. Além deste fator, a ingestão de frutas com grande quantidade destes fertilizantes pode afetar a saúde do consumidor final.