Do futebol, da Teologia e da política. O Lucas Campos de tantas versões, e também o debatedor da Rádio Som Maior, das mesas do Debate Aberto, fez o Programa do Avesso nesta quinta-feira, 6. Se ele gosta de polêmica? "Pouco. Eu respeito o direito de as pessoas pensarem errado, não tenho problema com polêmica", provocou.
A história de Lucas Campos, hoje assessor parlamentar na política, estudante de Filosofia Política e discípulo de Olavo de Carvalho, começa mesmo nas quadras. "Tudo começou no futsal, o Coronel Cabral foi um dos meus mestres na Anjo Química. Sou muito grato a ele. Mas foi no futebol de campo que eu resolvi me dedicar mais, levar mais a sério", revelou.
A primeira passagem de Lucas pelo Criciúma veio ainda muito jovem. "No Criciúma o Gonzaga Milioli me levou para os gramados junto com o Marcos Barros, que me viu no Mampituba. Eu tinha 11 a 12 anos. Comecei com 7 anos com o professor Alexandre Verdieri no Colégio São Bento, grande profissional até hoje no São Bento", relatou. "Fui em 2002 para o Criciúma, tinha 14 anos, saí em 2006. Fiquei cinco anos na base, até os 19 anos, de lá eu fui para a Coréia do Sul tentar a sorte", completou.
A ida para a Coréia do Sul foi um verdadeiro desafio, um divisor de águas para o ainda jovem atleta. "Eu queria estar no profissional, era chato, azedo, e como tinha poucas oportunidades, eu ainda era júnior, devia ter esperado mais. Eu cometi alguns erros que me fizeram tomar novos rumos. Fui para a Coréia, fiquei seis meses, voltei. Como todo bom guri, com 19 anos, solteiro, não sobrou nada. A questão cultural pesou demais. Demorei para me adaptar ao fuso. Um dia comi cachorro sem saber", contou.
Mas a saída do Criciúma foi traumática. Por isso que o desejado retorno para o Tigre, na volta da Coréia, não foi imediato. "Saí meio fugido do Criciúma. Voltei para o Inter B, tive uma lesão, joguei no Marcílio Dias, não recebi. Depois no Ypiranga, fui goleador no Rio Grande do Sul. No fim de 2009 eu parei de jogar, estava no Próspera, também não me pagou, o Criciúma tinha interesse, o Wilsão em 2010 me ligou".
Daí vem o retorno ao Criciúma. "Ele me ligou estava numa metalúrgica, trabalhando, queria ganhar dinheiro, estava sem emprego. O Wilson me liga, me chamou para o Criciúma. Eu tenho um centroavante aqui, o Ronaldo Capixaba, que eu não aguento mais. Faz uns dez dias de readaptação. Eu estava jogando no amador, na brincadeira, estava em forma ainda", referiu.
Da rápida readaptação, a estreia no time profissional, o velho sonho se realizou. "Joguei no domingo contra o Joinville. Em um jogo em casa aqui contra o Metropolitano, o Criciúma estava para cair no Catarinense. Eu fiz um gol aqui aos 41 do segundo tempo, foi num Dia da Mulher, salvei o Tigre", lembrou. Assista o gol no vídeo abaixo.
E não era por dinheiro essa passagem pelo Tigre. "Eu ganhava muito pouco. Era uns R$ 2 mil, o Criciúma pagava uma parte, o meu empresário outra parte. Eu fiz questão de voltar, o Criciúma estava numa pindaíba. O Angeloni entrou e colocou os salários em dia". Depois Lucas foi jogar no México "onde ganhei algum dinheiro" e ainda cedo, aos 25 anos, encerrou a carreira.
Daí vieram os estudos. E a Teologia entrou na vida do agora ex-jogador. "Eu fiz para conhecimento e para ajudar. Me dá uma base boa na questão filosófica para a política", destacou. E a política entrou na vida de Lucas Campos, hoje assessor do deputado estadual Jessé Lopes. "O Estado tem que ser sempre menor. Como é que vamos depender o tempo inteiro do Estado?. O indivíduo oprimido contra o Estado que oprime, e nós lutando por liberdade", defendeu.
Ouça o Avesso com Lucas Campos e apresentação de Mano Dal Ponte e Pity Búrigo no podcast abaixo: