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As idas e vindas de João Nassif

Até experiência na Engenharia Mecânica ele tem. A partir de abril o comentarista vai mostrar o seu conhecimento junto com o Timaço

Por Erik Behenck Criciúma - SC, 23/03/2019 - 15:58 Atualizado em 23/03/2019 - 16:01
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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João Nassif Filho, comentarista, cronistas esportivo e, claro, apaixonado por Copas do Mundo. Aliás, foi justamente em um jogo da Seleção Brasileira que a sua carreira no rádio teve início. Era 1964 e o time canarinho iria disputar um jogo no Rio de Janeiro, o paulista Nassif foi como repórter. Não havia credenciamento algum para a equipe de transmissão, gerando transtornos no primeiro jogo.

O antigo Maracanã estava com as tribunas lotadas. Antes da segunda partida, alguns dias depois, o comentarista teve um problema e precisou ir embora. Foi então que apareceu a oportunidade para Nassif comentar a sua primeira partida. Depois do jogo saiu para comer junto com o narrador e os repórteres. Ele não ganhava um tostão pelo serviço.

Na volta para casa, um problema. “Fui dispensado porque comi muito no Rio de Janeiro, disseram que dei prejuízo. Assim que desci do prédio, fui contatado por um homem, perguntando se eu conhecia o João Nassif, então ele disse que tinha ouvido o comentário e me ofereceu um emprego na Rádio Piratininga. O cachê era baixo. Essa foi a minha primeira experiência”, contou.

Desde jovem ele acompanhava os jogos pelo rádio, já que naquela época a televisão não realizava muitas transmissões. No começo da década de 1970 o seu pai teve um problema de saúde, então ele teve morar em Goiânia para tocar os negócios da família. Por lá foi representante comercial, vendendo tintas e pincéis. Antes, ainda em São Paulo, chegou iniciar a faculdade de Engenharia Mecânica.

De volta ao estado natal, dessa vez na capital, cobriu a campanha do Corinthians no Campeonato Paulista de 1977, que resultou em título, para a tristeza deste palmeirense. Nesse período conheceu o repórter Fausto Silva e o narrador Osmar Santos, da Rádio Globo. Aí começava o processo de mudança para o Sul.

Um novo desafio terá início em breve, Nassif está no Timaço Som Maior, a parceria lançada nesta semana e que levará ao ar todos os jogos do Criciúma no Campeonato Brasileiro que começa no fim de abril.

Equipe preparada para cobrir o Campeonato Brasileiro pela Rádio Som Maior

Chegada a Porto Alegre

Osmar Santos conversou com Ruy Carlos Ostermann, jornalista da Rádio Gaúcha e trilhou o caminho para o Sul. Durante as negociações, Nassif não contou nada para a sua família, pensando em evitar expectativas.  “O Ruy queria um comentarista de São Paulo, que não fosse nem Grêmio e nem Inter e eles me acionaram”, lembrou, isso em 1978.

O primeiro contato aconteceu na sede da TV Globo em São Paulo. Depois foram para um restaurante, Osmar Santos até indicou quanto ele deveria pedir de salário. “Ele disse para eu pedir 2.500, que era dinheiro para caramba na época. Então saímos para um almoço, passou o tempo inteiro e ele não falou nada sobre futebol. Já quando estávamos indo embora, o Ruy disse para eu pegar uma passagem e ir a Porto Alegre ver o jogo da Seleção”, recordou.

Era a preparação para a Copa do Mundo daquele ano, que seria sediada na Argentina. O Brasil iria disputar um jogo amistoso no Beira Rio. No aeroporto Nassif encontrou diversos nomes importantes da comunicação, todos embarcando rumo ao mundial. Sem nem ter acertado o salário, foi apresentado como novo comentarista da emissora.
Nassif chega a Criciúma

Em meados da década de 1980 a Gaúcha passou por uma reestruturação com a saída de Ostermann, que foi tentar a carreira política. Assim Nassif foi contratado pela Bandeirantes, onde teve uma curta passagem. Em 1986 foi convidado para trabalhar em Criciúma. “Cheguei e fui assistir um jogo contra o Joinville, que deu 2 a 0. No domingo seguinte o Criciúma já foi campeão, e aquele foi o primeiro título do clube”.

Comentou a Copa do Brasil de 1991 pela Rádio Difusora e em 1995 os tempos já não eram os mesmos, então retornou para São Paulo. Em 2000, durante um jogo pelas eliminatórias da Copa de 2002, no Morumbi, reencontrou o locutor Mário Lima, que anos antes havia ajudado a trazer para Criciúma. Este lhe propôs a voltar para Porto Alegre, convite aceito após alguma resistência.

No Rio Grande do Sul, Nassif trabalhou na Rádio e TV Pampa, substituindo um delegado que atuava como comentarista. “Eles me ofereceram um valor baixo, então acertamos por seis meses. Depois disso eu procurei a direção para pedir o aumento e não me atenderam. No fim de uma transmissão ao vivo eu me despedi no ar”, lembrou.

Antes de retornar a Criciúma em 2002, dessa vez a convite de Adelor Lessa, trabalhou fazendo alguns anúncios de venda, até fevereiro daquele ano. “Ele me ligou e disse que estava na hora de voltar”. Desde então segue comentando jogos na cidade, escrevendo para jornais e sites.

Momentos importantes da carreira

Se não cobriu a Copa da Argentina, quatro anos mais tarde Nassif esteve na Espanha. Esse momento ele classificou como o mais marcante da carreira. “Foi a Copa do Mundo. É quando tem mais trabalho. É a Seleção Brasileira dos jornalistas”, comparou. Nestes mais de 50 anos cobriu eleições e até a visita do Papa João Paulo II a Porto Alegre, em 1980.

Qual a diferença entre Criciúma e Porto Alegre?

“Rivalidade sempre acirra os ânimos. Eu tive uma vantagem por ser de São Paulo, então não criei nenhum vínculo com as equipes”, disse, se referindo a Grêmio e Internacional. “Onde estou eu quero que ganhe, que cresça, porque então a audiência é maior e o pessoal fica feliz. Eu não sou torcedor do Criciúma, seria mídia e mentira falar isso”, afirmou.

A história com Maradona

No começo da década de 1980, em uma viagem internacional, conheceu aquele que viria a se tornar um dos maiores jogadores da histórica. “O Maradona jogava no Argentinos Juniors e a gente foi fazer a cobertura de um torneio amistoso que o Grêmio estava participando no Uruguai. Estávamos no mesmo hotel, então um dia ele desceu no restaurante e fizemos essa foto. O Maradona já havia sido campeão mundial”.

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