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Tomar a iniciativa. Uma das tantas características que fazem um profissional ter sucesso. Eis a receita do premiado fotojornalista André Liohn, que vai compartilhar experiências e conhecimentos na noite desta quarta-feira, em palestra na Faculdade Satc. “Eu sou freelancer, trabalho em zonas de conflito. Uma das características mais importantes do profissional que faz isso é conseguir tomar a iniciativa, enxergar na sua frente qual é a importância do jornalismo. O desafio é fazer acontecer", destacou, em entrevista ao Programa Adelor Lessa.
O fotojornalista começou sua trajetória quando vivia na Noruega, país onde viveu por duas décadas. Ele contava 30 anos na época. Documentou a vida dos dependentes químicos locais, muitos usuários de heroína. Por aqueles tempos, a Noruega era o país com o maior número proporcional de mortes por overdose de heroína no mundo. "Para a fotografia ser jornalística, tem que ter o conteúdo jornalístico, o interesse. Algo que seja além do visual, contar história de algo, ser um texto em forma de foto", contou André.
Questionado sobre situações complicadas vividas no exercício da profissão, André relatou uma triste passagem do ano passado, no Iraque, no último dia das batalhas para a retomada da cidade de Mossul. "Encontrei o corpo de um bebê, fazia um dia que tinha morrido. Não tinha mais de dois meses de vida. As batalhas duraram nove meses, então esse bebê passou a guerra toda na gestação e morreu bem próximo a tudo isso. Então senti muita crueldade, morrer no meio de todos esses terroristas, sem poder decidir se seria um terrorista ou não, chega a ser uma ironia". Uma de tantas passagens nas quais as tristezas do mundo precisaram do registro fotográfico dele.
André Liohn estará presente na Satc às 19h para uma palestra aos alunos de jornalismo e a todo público que se interessa por fotojornalismo. Confira a entrevista à Rádio Som Maior no podcast:
