Os advogados do motorista de aplicativo, envolvido na operação policial que terminou com a morte de Thamily Venâncio Ereno, em Criciúma, questionam a versão apresentada pela polícia e afirmam que seu cliente não tinha qualquer envolvimento com atividades criminosas.
Em entrevista ao Programa Adelor Lessa na manhã desta quarta-feira (26), os advogados Eduarda Viscardi e Jackson Leal reforçaram que o motorista prestava um serviço de Uber, e não possuía relação com o passageiro, suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas. "O motorista de aplicativo não tinha qualquer envolvimento com seu passageiro ou com as situações ilícitas que ele praticava ou não", afirmou Eduarda.
Na operação, os policiais estavam sob vigília na frente da casa do pai do namorado de Thamily. Conforme informado pelo delegado regional de polícia André Milanese, os profissionais estavam à paisana no local. Segundo a defesa, o condutor do aplicativo não ouviu as ordens de parada, e isso explicaria a versão do delegado, que contou que o motorista havia jogado o carro contra os policiais. "A reação do motorista foi simplesmente sair do local porque ele não sabia que se tratava de polícia", informou a advogada.
Sob acusação de tentativa de homicídio e desobediência, o homem foi preso em flagrante após a operação, ocorrida na última sexta-feira (21). "Até poderíamos discutir a desobediência, mas tentativa de homicídio? Ele não tinha qualquer intenção de atingir a policial", pontua Jackson Leal.
Nessa quinta-feira (25), André Milanese contou, também, que o motorista já havia praticado um crime semelhante em outra oportunidade, o que foi desmentido pela defesa. "Ele não tem nenhum antecedente. Inclusive, o delegado geral divulgou diversas fotos, informações, documentos de investigação policial com autos em sigilo. Ou seja, as informações que estão sendo divulgadas não poderiam estar sendo divulgadas, muito menos em rede social", afirma Leal. "Ontem mesmo tomamos as medidas cabíveis. Os requerimentos necessários. Procuramos o fórum pra conversar com o Ministério Público, pra conversar com o juiz que vai, efetivamente, ficar encarregado disso", adiciona.
"Ele não tinha qualquer relação de afinidade, amizade, parceria com seu passageiro, isso não existia. E vai ser provado na perícia", destaca a advogada. "Ainda que se verifique que ele estivesse fazendo uma corrida por fora. Quem é que não tem às vezes um Uber que faça uma corrida por fora do aplicativo? Praticamente todo mundo acaba fazendo o uso dessa prática", questiona o advogado.
Ouça a entrevista completa dos advogados de defesa do motorista, ao Programa Adelor Lessa: