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O Sul de Santa Catarina possui muitos imigrantes que chegaram à região nos últimos anos em busca de uma vida melhor. Porém, a pandemia acabou atrasando os planos de muitos deles. O presidente da Associação de Ganeses de Criciúma (Cogracri), Salihu Larry, hoje pelo menos 50 perderam o emprego, isso sem contar aqueles que chegaram recentemente e ainda não conseguiram se inserir no mercado de trabalho.
Por isso, a associação busca realizar diversas ações ara auxiliar estas pessoas. “Desde o começo da pandemia, a associação está indo em busca de arrecadar cestas básicas, dinheiro para ajudar o seu povo. Muitos ganeses e togoleses perderam o emprego. Na lista que eu tenho hoje, 50 perderam o emprego e outros chegaram agora que não conseguiriam emprego ainda”, revela.
Salihu conta que na semana passada uma pessoa se solidarizou com os imigrantes e fez uma doação. “Esta mulher procurou a associação e, além de cestas básicas doou dinheiro para ajudar”, diz o presidente da Cogacri, acrescentando que está fazendo tudo chegar aos que mais precisam neste momento. As entregas tiveram início na tarde desta quinta-feira, 23.
Ele explica que alguns alimentos que vêm na cesta básica não são consumidos pelos africanos, então eles montam a cesta básica. “Montamos a nossa cesta básica com o alimento que a gente come. O dinheiro é conforme a necessidade de cada um. Alguns não têm dinheiro para comprar outras coisas, então pensamos em entregar o dinheiro também para eles pagarem alguma conta, comprar gás, remédio”, enfatiza.
Outro agravante citado pelo presidente da associação é que nem todos conseguiram ainda o auxílio emergencial de R$ 600 do Governo Federal.
Nesta sexta-feira, 4, inclusive, ele iniciam o Ramadã, período este em que o povo muçulmano coloca em prática um ritual de jejum (suam), considerado o 4º entre os cinco pilares do islamismo. Eles, inclusive, criaram uma Mesquita - denominação para op local de culto da fé islâmica – mas que estava fechada devido ao decreto do governador Carlos Moisés da Silva. “A nossa mesquita é pequena e agora, com a liberação do governo, estamos voltando com todos os cuidados”, relata Salihu, acrescentando que todos todas as orientações são prestadas aos imigrantes. “Estamos cuidando bem, com orientações para usar máscara, álcool gel, lavar as mãos com água e sabonete e evitar aglomerações”, pontua.
Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo telefone: (48) 99946-7812.
Orientações
Para orientar os imigrantes que vivem em Santa Catarina, as secretarias estaduais do Desenvolvimento Social e da Comunicação produziram, no início de abril, material informativo sobre prevenção e cuidados com o novo coronavírus nas principais línguas estrangeiras faladas no Estado. São textos, cartões e áudios divulgados pelos canais de comunicação governamentais e que ficam à disposição para quem quiser usar. Municípios, empresas, entidades não-governamentais e cidadãos comuns podem baixar o material e utilizar em ações que ajudem os imigrantes a entender melhor a pandemia.
