A reunião do governo do Estado com representantes municipais, neste domingo, encerrou com a definição de que a quarentena será prorrogada em Santa Catarina, como confirmou o prefeito Tubarão, Joares Ponticelli, que esteve na reunião. Assim, será revogada aquela flexibilização que começaria a partir de segunda-feira, 30.
"O governador anunciou que vai prorrogar (o decreto atual de fechamento do comércio), ou seja, será revogada aquela regra de flexibilização. Será decidido em reunião agora à tarde com chefes de poder quantos dias terá validade esse novo decreto, se sete ou dez dias", disse Joares.
O encaminhamento deve ser firmado pelo governador Carlos Moisés (PSL) ainda na tarde deste domingo. Em nota oficial, o governo do Estado disse que a flexibilização deve acontecer quando houver a preparação do sistema de saúde para a crise do coronavírus. "Essa organização está condicionada à chegada de recursos e EPIs por parte do governo federal, além de equipamentos para leitos de UTI que foram comprados pela Secretaria de Estado da Saúde.
“Todas essas questões nos levam a uma posição muito tranquila de que temos que aguardar um pouco mais para colocar em ação o nosso plano de retomada das atividades econômicas. Precisamos estruturar melhor a nossa rede para que não tenhamos o risco de uma sobrecarga do sistema enquanto os equipamentos ainda estão chegando”, afirmou o governador", diz a nota do governo.
A flexibilização de ssuspenão das atividades comerciais previa a reabertura de bancos e lotéricas na segunda-feira e da atividade comercial na quarta-feira.
O plano de retorno havia sido divulgado na última quinta-feira, durante coletiva do governador. A medida, vista como uma pressão da classe econômica, dividiu as opiniões de especialistas da saúde. O presidente da Unimed de Criciúma, Leandro Avany Nunes, avaliou como positiva uma abertura gradual, desde que fossem contratados testes rápidos: em Criciúma, na avaliação do médico, seriam necessários de 70 a 100 mil testes.
O governo do Estado, porém, está com dificuldades de logística para a contratação desses testes e não há previsão de quando eles podem chegar. O pneumologista Renato Matos, por outro lado, em sintonia com o que foi dito pela pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, avaliou como precipitada a medida de abertura gradual.
A volta atrás do governo do Estado está de acordo com o que foi pregado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que aconselhou a reclusão social para evitar o colapso do sistema de saúde nacional.
"A reunião (entre governo do Estado e prefeitos) foi muito proveitosa. O governador agradeceu a presença dos prefeitos e disse que está muito preocupado com a situação do estado e do país. Baseado com o que o Mandetta falou, ele disse que na tarde vai reunir a equipe e será de sete a dez dias a prorrogação do novo decreto", disse Jaimir Comin, presidente da Amrec.
Santa Catarina tem 184 casos confirmados e uma morte por Covid-19, conforme boletim divulgado pelo governador Carlos Moisés em coletiva de imprensa neste sábado, 28. No Brasil, são 3,9 mil casos confirmados e 117 mortes.
Na nota do governo do Estado, Moisés destacou que a situação econômica preocupa, mas deve-se ter como prioridade a vida. "Essa decisão está tomada, no sentido de colocar a vida em primeiro lugar em Santa Catarina. Haverá efeitos econômicos muito grandes? Sim, mas o Estado não pode se omitir em um momento como esse. É necessário um esforço extra de cada um para que possamos superar essas dificuldades. Precisamos da união de todos os entes públicos e contamos com o apoio dos prefeitos nesse momento", disse o governador.