Um drama atinge uma família de Criciúma, à espera de uma cirurgia que pode ser fundamental para o sobrevivência a um câncer. Edenei Leandro, 59 anos, realizou um procedimento cirúrgico na coluna, em agosto, para a retirada de um tumor. No entanto, o resultado não foi o esperado e uma nova cirurgia foi remarcada para o dia 21 de janeiro, para a retirada de um rim, para onde o tumor se espalhou. A cirurgia foi dita pelos médicos como necessária para que o tratamento quimioterápico e de radioterapia pudesse ser iniciado e os tumores da coluna e do rim combatidos.
Um dia antes do procedimento, marcado pelo Sus, Edenei e família tiveram uma surpresa: uma ligação do Hospital São José, informando que ela estava cancelada. A justificativa do hospital, segundo a mulher de Edenei, Eloiza Henrique Leandro, era de que uma outra cirurgia precisava ser feita com maior urgência.
O choque foi grande: nos últimos dias, o paciente, que permanece em casa, dorme em uma cadeira, pois está com os pés inchados e muito nervoso. Para ser feita a tomografia, Edenei teve que ficar internado 24 horas tomando morfina, para conseguir deitar por 20 minutos para o procedimento.
A família afirma que estava com tudo certo para a cirurgia. No dia 14 de janeiro, Edenei passou por consulta com um anestesista, que teria feito a reserva do leito e das bolsas de sangue para a cirurgia. Há documentos que comprovam a consulta com o anestesista e um documento de agendamento da cirurgia para o dia 21 de janeiro.
A revolta com o cancelamento da cirurgia, considerada eletiva pelo hospital, foi grande e a família procurou o médico que a realizaria. Ele estava atendendo em sua clínica particular e teria se negado a dar uma resposta. A mulher afirma que foi em uma reunião com o São José na quarta-feira, durante uma auditoria realizada internamente, e o hospital apresentou uma resposta diferente à que foi dada na hora do cancelamento: "eles disseram que meu marido fugiu do hospital. Como se ele fosse uma criança".
Agora, o próximo passo deve ser a judicialização da causa. Segundo a família, não foi apresentada uma nova data de consulta ou de cirurgia de Edenei. Uma advogada já foi procurada e deve entrar com uma liminar para que a cirurgia seja feita o mais rápido possível.
Em nota, o Hospital São José respondeu à reportagem que a cirurgia foi cancelada porque não havia leito na UTI e que uma nova data para a consulta que agendará o procedimento já está marcada: 30 de janeiro. No entanto, a família protesta e quer que a cirurgia seja marcada logo. "Esperamos meses e meses, ele não consegue dormir à noite e pra fazer o tratamento só pode depois da retirada do rim. Uma consulta, depois agendar a cirurgia? Não tem como, tem que agendar o quanto antes", desabafa Eloiza.
Resposta do São José:
"Este caso vem sendo acompanhado pela direção do hospital desde o início.
Essa é uma cirurgia eletiva e ela foi cancelada por uma falta de leito de UTI naquele dia. Só que o procedimento, segundo a direção do Hospital, está com nova data de agendamento para consulta para dar seguimento a todo esse processo.
Então já está agendado novamente para dar continuidade ao processo da cirurgia".
Revolta online
Eloíza fez uma postagem em seu perfil no Facebook explicando o caso da família, pedindo compartilhamento e solidariedade dos amigos para tentar uma solução junto ao hospital. Nos comentários, outros internautas responderam que viveram casos semelhantes no São José.