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Cânions do Sul pode ser o segundo geoparque reconhecido pela Unesco no Brasil

Técnicos chegam à região nesta sexta-feira para iniciar a análise

Por Marciano Bortolin Praia Grande, SC, 11/11/2021 - 18:41 Atualizado em 11/11/2021 - 18:44
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

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Os técnicos da Unesco chegam ao Extremo Sul de Santa Catarina nesta sexta-feira, 12 e ficam no local até o dia 16. A missão dos dois técnicos é verificar se o território cumpre os requisitos para fazer parte da Rede Mundial de Geoparques da Unesco (Global Geoparks Network). 

Atualmente existem 127 Geoparques Mundiais da Unesco, distribuídos em 35 países. No Brasil, o Parque Nacional do Araripe é o único Geoparque Mundial do país.

Os avaliadores são geólogos com experiência na gestão de geoparques, sendo um português e um mexicano. Neste período, eles percorrerão os municípios coletando evidências sobre o trabalho realizado principalmente com foco na conservação do patrimônio geológico e cultural, na educação e no turismo sustentável. O resultado sobre a chancela será anunciado no próximo ano.

A programação inclui visita a geossítios, exposições culturais e mostra de produtos locais, além de reuniões com prefeitos, comitê científico e equipe técnica. Pesquisadores especialistas em diferentes áreas, como Geografia, Geologia, Arqueologia, Paleontologia e Biologia, estarão acompanhando a comitiva para apresentar os principais aspectos do território. “A importância é de uma magnitude que não nos caiu a ficha ainda do tamanho que esta conquista significa para o Brasil, não só para o Sul. São quatro municípios em Santa Catarina e três no Rio Grande do Sul e vem com toda esta visibilidade de ganho turístico para a região. Vamos ter um selo internacional de reconhecimento”, enfatiza o diretor da Santur e ex-prefeito de Praia Grande, Henrique Maciel.

Novas oportunidades

O reconhecimento como Geoparque Mundial da Unesco representa novas oportunidades de divulgação, incentivo à pesquisa científica e novas descobertas, valorização do turismo sustentável e consequente melhoria das condições de vida das comunidades, entre outros benefícios. "A expectativa é positiva. É o momento de consolidar o trabalho que foi realizado até agora, avaliar o que pode ser melhorado e concentrar esforços para seguirmos executando ações consistentes em prol da região. Esta missão é um marco em nossa história. Ela brinda a dedicação de todos que fazem parte da trajetória em busca do reconhecimento como Geoparque Mundial", fala o prefeito de Torres e presidente do Consórcio Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul, Carlos Souza, 
Ainda segundo Souza, vários aspectos são analisados. “Infraestrutura, envolvimento da comunidade e dela entender este projeto que potencializa todo o produto que temos dentro de um território. O próprio dossiê que encaminhar será avaliado. Temos um belíssimo território e estamos confiantes com a resposta que deve ser dada até abril de 2022”, cita.

Os Cânions do Sul

O Geoparque Cânions do Sul é formado por sete municípios, com área total de 2.830 km2 e cerca de 74 mil habitantes. Fazem parte, os municípios de Cambará do Sul, Mampituba e Torres, no Rio Grande do Sul; e Praia Grande, Jacinto Machado, Morro Grande e Timbé do Sul, em Santa Catarina.

A riqueza do patrimônio geológico, da biodiversidade e da cultura motivou a busca pelo título. A região apresenta a maior concentração de cânions do Brasil, com grandes escarpas que atingem mais de 1,1 mil metros de altura e extensão total de aproximadamente 250 quilômetros.

História

A concepção de um projeto de Geoparque entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul começou a ser idealizada em 2007, por iniciativa do prefeito de Praia Grande (SC), na época, Sr. João José de Matos. A proposta envolvia seis municípios da região, sendo três de Santa Catarina e três do Rio Grande do Sul.

Já em 2009, o projeto Geoparque passou a ser liderado pela parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), de Araranguá (SC) e Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc). Nessa época, o território do Projeto foi ampliado para 19 municípios.

Entre 2010 e 2011, aconteceram os primeiros estudos para iniciar o inventário dos geossítios pelo Serviço Geológico do Brasil (SBG-CPRM), através da Superintendência de Porto Alegre (RS).

Em 2014, com o amadurecimento do projeto, a área do Geoparque foi reduzida para os atuais sete municípios, como forma de direcionar os esforços para uma área núcleo.

Em abril de 2017, o processo avançou para a criação oficial do Consórcio Público Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul, órgão responsável pela gestão do projeto, formado pelos sete municípios que compõem o território.

E, em 2019, o Consórcio enviou à Unesco o dossiê oficializando o processo de candidatura.

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